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Após imunizar 7,9 milhões de animais em 22 estados e no Distrito Federal, o Ministério da Saúde suspendeu ontem a vacinação de cães e gatos contra a raiva em todo o país. A vacinação já estava suspensa desde agosto em São Paulo. Segundo o governo brasileiro, uma análise laboratorial preliminar do Ministério da Agricultura indicou a ocorrência de mortes e efeitos colaterais graves acima do relatado na literatura internacional. Entre eles estão, além dos óbitos dos animais, hemorragia, dificuldade de locomoção e "intensa prostração’’.

De 12 de agosto a 6 de outubro, foram notificados 1.401 efeitos colaterais graves, com 217 mortes. A suspensão da vacina vale "até que a investigação laboratorial seja concluída’’.

A medida representa mudança na posição do governo federal. Após a Secretaria da Saúde de São Paulo suspender a vacinação no estado em 19 de agosto, o ministério divulgou nota reiterando a necessidade da imunização e afirmando que o número de efeitos colaterais estava abaixo do relatado na literatura.

Segundo o diretor de Vigi­lância Epidemiológica do ministério, Eduardo Hage, embora os dados laboratoriais não confirmem que a causa das mortes seja a vacinação, é possível afirmar que os problemas ocorridos estão associados à antirrábica, já que os sintomas nos animais começaram em até 72 horas após a aplicação. "Até então, tínhamos relatos de mortes e casos graves nos estados, mas sem evidências de estudos controlados em laboratório. Agora que temos essas informações, mesmo que preliminares, decidimos suspender a vacinação preventivamente, até que os estudos sejam concluídos", disse Hage, em nota divulgada pelo ministério.

O governo comprou a vacina do laboratório Biovet e pagou R$ 23,4 milhões por 31 milhões de doses. A vantagem em relação à vacina usada no ano passado é que ela protege o animal por um ano, em vez de seis a sete meses.

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