O governo federal vai limitar o número de videocirurgias que médicos particulares, clínicas e hospitais poderão realizar por dia no país, com o objetivo de garantir que haja tempo suficiente para que os equipamentos utilizados sejam adequadamente esterilizados. As videocirurgias são procedimentos menos invasivos, que utilizam câmeras e cânulas que adentram o corpo do paciente por pequenos orifícios na pele, garantindo operações praticamente sem cicatrizes. São utilizadas, por exemplo, em lipoaspirações e remoções de pedras da vesícula.
No entanto, nos últimos anos, as videocirurgias estiveram associadas a uma epidemia de infecções por micobactérias, que causam perdas de tecidos, feridas que não cicatrizam e nódulos nos pacientes. O problema, associado pelas autoridades sanitárias à má esterilização dos equipamentos, já vitimou mais de 2 mil pessoas desde 2001. A maior parte dos casos ocorreu no ano passado (851) e outros 76 neste ano. Nesta semana, o governo do Espírito Santo decidiu suspender todas as lipoaspirações.
A promessa da limitação das videocirurgias foi feita a pacientes recebidos nesta quarta-feira pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e pelo diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano. "Eles se mostraram sensíveis, mas a dúvida é como será a fiscalização disso", afirmou Kissila Sodré, membro da comissão.
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