• Carregando...
Casa na Vila Sapo, em Campina Grande do Sul, foi palco de uma chacina em 1998: cidade é a terceira mais violenta do país, segundo o Mapa da Violência | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo/arquivo
Casa na Vila Sapo, em Campina Grande do Sul, foi palco de uma chacina em 1998: cidade é a terceira mais violenta do país, segundo o Mapa da Violência| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo/arquivo
  • Veja as 10 cidades mais violentas do PR

A Grande Curitiba registrou a segunda maior alta na taxa de homicídios juvenis entre as regiões metropolitanas no período de 1998 a 2008, segundo os dados do Mapa da Violência 2011. A fonte do levantamento é o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.A RMC cresceu 246,6%, passando de um índice de 33,4 mortes de jovens para 115,7 para cada grupo de 100 mil habitantes. No ranking, ficou atrás apenas da região de Salvador, com alta de quase 400% (de 32,4 para 159,8). No ranking geral, que computa as mortes em todas as faixas etárias, a taxa da região de Curitiba subiu 139,2% em dez anos, atrás das regiões de Belém (PA) e Belo Horizonte (MG).

O mau desempenho do Paraná no mapa de homicídios juvenil se explica basicamente pela alta da violência na RMC e na capital paranaense. A taxa de Curitiba aumentou 243% no período 1998-2008 (de 39,4 para 135,1). Foi a quarta maior variação, segundo o estudo. Entre as capitais brasileiras, Salvador (BA), Maceió (AL), São Luís (MA) lideram o crescimento.

Quatro cidades da Grande Curitiba aparecem entre as dez cidades mais violentas do Paraná. A primeira no ranking paranaense é Campina Grande do Sul (que fica a 26 quilômetros da capital), com uma taxa de 125,5 homicídios por 100 mil habitantes. Esse índice faz da cidade a terceira mais violenta do país, de acordo com o Mapa da Violência 2011.

Com uma população de 38.442 pessoas (Censo 2010), Campina Grande do Sul é conhecida por ter um hospital referência no tratamento de traumas e emergências, o Angelina Caron. Mesmo assim, apesar da importância, já sente os reflexos da criminalidade. Para o delegado divisional da região metropolitana, Hamilton da Paz, os critérios utilizados no levantamento devem ser revistos, pela questão da proporcionalidade da população. "Não achei dados que possam me apontar essa realidade", afirma.

No entanto, os relatórios do Instituto Médico-Legal dos últimos três anos – que são usados pela Gazeta do Povo para formatar o Mapa da Violência de Curitiba e região –, demonstram que os índices vem aumentando. Em 2008, foram 18 mortes; em 2009, 25; e em 2010, chegou a 32 assassinatos. Nos dois primeiros meses deste ano, foram quatro mortos.

Para o delegado Geraldo João Celezinski, que foi responsável pela delegacia de Campina Grande do Sul em 2008 (anos referência do estudo), a falta de estrutura da polícia e a presença de um território dominado pelo tráfico na cidade – o Jardim Paulista – contribuíram para a escalada da violência no município.

Ele conta que quando assumiu a delegacia tinha apenas três investigadores e um superintendente. "Campina não era mais ou menos violenta do que outras cidades da RMC. No entanto, sempre tivemos problemas com a estrutura policial", afirma. Segundo ele, para combater os casos de furtos, roubos e homicídios seria necessário o dobro da equipe. Em dezembro de 2008, o município foi palco de uma chacina que causou a morte de cinco pessoas e deixou duas feridas, na Vila Sapo, próximo da BR-116. Entre as vítimas, uma menina de 3 anos, ferida com um tiro de raspão, que foi encontrada abraçada ao corpo da mãe morta.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]