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Moradores cobriram as casas com lona preta para evitar mais estragos | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Moradores cobriram as casas com lona preta para evitar mais estragos| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo
  • Seguros no sofá -Os irmãos Wesley, 10 anos, e Cristian, 8 anos, estavam sozinhos em casa, em Fazenda Rio Grande, quando o granizo caiu. A mãe, Dirley Cristina de Oliveira, estava trabalhando e teve dificuldades para chegar em casa por causa do trânsito. Os filhos ligaram e disseram que tinham conseguido um lugar seguro.
  • Quietinhos -Os três filhos da dona de casa Ivete Aparecida Serpa também estavam sozinhos na casa da família em Fazenda Rio Grande. O mais velho, de 15 anos, cobriu os móveis e cuidou dos mais novos, de 6 e 8 anos. A mãe tinha saído e estava dentro do carro quando caiu a chuva.

Em poucos minutos, a forte chuva de granizo que caiu no último sábado à tarde atingiu 9.352 moradores da região metropolitana de Curitiba (RMC). De acordo com a Defesa Civil Estadual, 4.089 casas foram afetadas, nos municípios de São José dos Pinhais, Campo Largo e Fazenda Rio Grande. As pedras de gelo, que chegaram a ter o tamanho de um palmo, cobriram ruas inteiras de branco e perfuraram o telhado de residências cobertas por telhas. Não houve o registro de vítimas nem de feridos.

Para a maioria dos atingidos, ontem foi dia de retirar as pedras de gelo e improvisar com lonas os estragos no telhado. Em Fazenda Rio Grande, pelo menos 8 mil pessoas e 3,7 mil residências foram afetadas pelo temporal que durou de quatro a seis minutos. Os bairros Nações, Eucaliptos e Gralha- Azul, na periferia, foram os mais atingidos. Diante dos números, o prefeito Francisco Luiz dos Santos decretou situação de emergência. A prefeitura está distribuindo lonas e Santos pretende se reunir hoje com representantes do governo do estado para a aquisição de telhas.

O servente de pedreiro aposentado Isartino Ferreira precisará de 112 telhas para arrumar a casa. Ele improvisou os estragos com lona, mas sabe que enquanto não encontrar uma solução definitiva vai se "incomodar sempre". "Caía pedra para toda parte dentro de casa. Cobri os móveis com plástico e achei um canto da casa para ficar, longe das goteiras."

A família da auxiliar de serviços gerais Simone de Fátima Vieira arrumou ontem a solução definitiva: pegou telhas novas emprestadas do vizinho e reformou o telhado. O granizo danificou as telhas da casa e vários móveis e eletrodomésticos podem ter parado de funcionar. "Ainda estou pagando o fogão e o guarda roupa e não sei se vou poder usar", lamenta "Eu tinha que andar com guarda-chuva dentro de casa de tanta água."

Em São José dos Pinhais, os registros apontam que 400 pessoas e 200 residências foram afetadas. "Pensei que a casa não ia aguentar de tanto gelo", diz o confeiteiro Genival Rodrigues. "Com o barulho pensei que era um moleque jogando pedra em cima do telhado".

Segundo a Defesa Civil Estadual, em Campo Largo 949 pessoas foram afetadas e 189 casas danificadas. O litoral do estado também sofreu danos. Em Paranaguá houve o registro de alagamentos que afetaram 30 pessoas.

De acordo com o meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar Samuel Braun, dois fatores contribuíram para a formação do granizo que atingiu Curitiba e região metropolitana: a presença de uma frente fria e a circulação de ventos na atmosfera, que aumentou as áreas de instabilidade. A água só parou de cair definitivamente às 19h45 de sábado.

Rio e São Paulo

Chuvas de granizo também atingiram Rio de Janeiro e São Paulo no fim de semana. Ontem, choveu forte na capital paulista e houve precipitação de granizo na Vila Matilde, na zona leste. No sábado, três mil pessoas ficaram desalojadas e 65 desabrigadas no Rio por causa de chuva de granizo. A Defesa Civil calcula que mil imóveis foram danificados.

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