Uma mulher grávida foi baleada ontem pela manhã, durante assalto a um posto de combustíveis, no Centro de Curitiba. Patrícia Cabral da Silva, de 22 anos, trabalha no caixa do posto, que fica ao lado da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), antigo Cefet, na Avenida Sete de Setembro. Ela passou por uma cirurgia no Hospital Evangélico e está em recuperação. Os médicos dizem que o estado da paciente é grave. O bebê, de 17 semanas, não foi atingido pelo tiro, que acertou o intestino de Patrícia.
Patrícia, que trabalhava no posto há cerca de um ano, estava no fim de seu turno, que era das 23 às 7 horas. Por volta das 6 horas, três homens entraram no posto. Eles vestiam moletons com capuz, mas não estavam com máscaras. Os três renderam o frentista e Patrícia. Os dois eram os únicos funcionários presentes no momento do assalto.
O frentista foi amarrado com cordas improvisadas e deixado no chão da loja. Patrícia foi levada para uma sala e deixada lá, sozinha. Toda a ação dos ladrões foi registrada pelas câmeras do circuito interno. Aparentemente, eles sabiam onde estava o cofre e onde havia equipamentos de filmagem, já que se protegeram para não ter os rostos mostrados.
Todo o dinheiro arrecadado no fim de semana ainda estava no posto. Como não sabiam abri-lo, os três arrastaram o cofre inteiro para o carro, um Fox cinza estacionado do outro lado da rua. Eles ainda voltaram e levaram os dois computadores. Depois que já haviam ido embora, um deles resolveu voltar. A câmera mostra o assaltante de arma em punho. Ele foi até a sala onde Patrícia estava, atirou nela e saiu. Depois disso, os três foram embora.
De acordo com a dona do posto, Jane Varotto, este foi o sétimo assalto ao local em dois anos e meio. Quatro deles foram à mão armada. A proprietária diz que já contratou seguranças para ficar à noite no local, mas ela acha que, além de não resolver o problema, isso ainda traz mais riscos. "Se o segurança reagir, pode causar um tiroteio maior e deixar ainda mais gente ferida", afirma. Jane conta que a orientação é para que os funcionários não reajam nos roubos.
"Não sei porque atiraram nela", contava ontem pela manhã a proprietária. "Deu para ver que eles já tinham ido embora e voltaram só para isso. Não sei se eles acharam que ela tinha reconhecido alguém", comentou. Jane diz que a funcionária escondeu a gravidez. Patrícia é solteira e já tem uma filha, de três anos. A dona do posto tinha proposto recentemente que ela mudasse de horário, mas ela não teria aceitado para manter o horário diurno livre para estudar.