O discurso de que a energia nuclear ajuda no combate ao aquecimento global não convence o Greenpeace. A organização não-governamental é contra a manutenção e instalação de novas usinas, sejam estatais ou privadas. "É trocar um problema pelo outro, já que temos de nos livrar da sujeira do lixo radioativo do mesmo jeito", alega o coordenador da campanha anti-nuclear da entidade, Guilherme Leonardi.
Ele defende o uso de outras alternativas. As preferidas são a eólica e a solar. "Há estudos comprovando que com o mesmo dinheiro aplicado para a construção de uma usina nuclear é possível construir um parque eólico com o dobro da capacidade de produção, gerando muito mais empregos."
No último dia 8, cerca de 200 manifestantes do Greenpeace e das entidades SOS Mata Atlântica e WWF-Brasil promoveram um protesto na Praça dos Três Poderes, em Brasília, contra a construção de Angra 3 e o Programa Nuclear Brasileiro (PNB). Eles entregaram uma carta de repúdio a parlamentares, condenando o que chamam de "retomada da aventura nuclear brasileira".
Um dia depois, a Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados realizou uma audiência sobre o PNB. Durante o evento, o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Odair Dias Gonçalves, defendeu que dois pontos são favoráveis ambientalmente às usinas nucleares a descoberta de danos à camada de ozônio e o Protocolo do Kioto.
Outra vez, os argumentos não convencem ao Greenpeace. "Vamos continuar fazendo manifestações. Essa é a nossa posição em todo o mundo", diz. Atualmente, há outras 24 usinas nucleares em construção no planeta. São oito na Índia, quatro na Rússia e na China, duas na Ucrânia e uma no Japão, Irã, Romênia, Argentina, Finlândia e Paquistão. (AG)
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