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A baixa no estoque de anticoncepcionais ocasionada pela greve dos fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em São Paulo, na semana passada, chegou ao Paraná. Desde de segunda-feira, pelo menos duas marcas não são encontradas nas farmácias de Curitiba. A solução está sendo substituir o medicamento por um de outra marca ou ainda recorrer diretamente aos representantes.

"Sabemos que uma das indústrias conseguiu liberar um lote, mas até quando vai durar?", pergunta a ginecologista Maria Rita de Oliveira Vargas. Por dia, uma média de cinco pacientes ligam para o seu consultório para perguntar o que elas devem fazer. Segundo a médica, a situação é difícil porque a substituição de anticoncepcionais pode comprometer a adaptação ao novo medicamento e também sua eficácia. Ela explica que as pacientes podem começar a ter ganho de peso, reter líquidos e, o que é mais grave, a correr o risco de engravidar. "Se a pílula não for tomada no primeiro dia do ciclo, a eficiência na contracepção diminui", salienta.

E a escassez de contraceptivos orais deve continuar. Apesar dos servidores que atuam na capital paulista terem seguido a orientação da entidade regional, o Sindicato dos Trabalhaadores das Agências Reguladoras Federais (Sindiagências) e suspendido a greve por 10 dias, a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) diz que a paralisação deve continuar em outros estados.

De acordo com representante da federação no comando de greve, Wellington do Nascimento Rodrigues, os sindicatos filiados estão realizando assembléia para definir o rumo da mobilização. "O Sindiagências não é nosso filiado e por isso seguem a mesma determinação", explica. Segundo ele, os servidores de Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina já decidiram pela continuidade da paralisação. No Paraná, os cerca de 30 agentes ainda não tinham realizado assembléia.

Com isso, por enquanto, a suspensão da greve significa a liberação dos produtos retidos nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, além dos pacotes enviados pelo correio que aguardam análise na sede da Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos e Fronteiras de São Paulo. Já os produtos presos no porto de Santos, vão permanecer sem liberação, já que os trabalhadores do porto seguem as determinações da Fenasps.

A categoria começou a debater o fim da greve depois da proposta do governo. Em troca do retorno ao trabalho, o Ministério do Planejamento encaminharia para o Congresso, num período de 30 dias, um projeto de lei que contemplaria as principais reivindicações da classe. De acordo com a Fenasps, todos os sindicatos devem passar suas posições sobre a greve até o meio-dia de hoje, para que a entidade comunique o governo da decisão da categoria.

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