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Em Belo Horizonte, os policiais entregaram armas e distintivos na porta da superintenência da PF em protesto por aumento salarial e novas contratações | Flávio Tavares/Jornal Hoje em Dia
Em Belo Horizonte, os policiais entregaram armas e distintivos na porta da superintenência da PF em protesto por aumento salarial e novas contratações| Foto: Flávio Tavares/Jornal Hoje em Dia

Agora, é a PF

Policiais federais de todo o país iniciaram ontem uma paralisação por tempo indeterminado. Entenda os motivos da greve e como ela afeta a população:

Quem está em greve

Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal (PF), responsáveis por emissão de passaportes, controle de fronteiras e prisões, investigações e escutas telefônicas.

O que eles querem

Reconhecimento das carreiras como sendo de nível superior, o que aumentaria os salários.

Remuneração básica de R$ 13 mil em cinco anos: hoje, é de R$ 7 mil.

Reconhecimento das atividades: a regulamentação não prevê participação em investigações ou operações policiais, dizem os servidores.

Aumento do efetivo, especialmente de agentes e escrivães.

Saída do diretor-geral da PF, Leandro Daiello. O sindicato pede um diretor de fora da polícia, argumentando que o atual privilegia os delegados.

Impacto na emissão de passaportes

Emissão garantida somente em emergências médicas e viagens a trabalho. No entanto, comando de greve faz análise caso a caso para viagens a turismo que já foram marcadas e pagas.

Impacto em outras áreas

Em Estados como São Paulo, Pará, Minas Gerais e Espírito Santo, além do Distrito Federal, os agentes entregaram suas armas, o que pode prejudicar operações policiais e prisões.

Em alguns Estados haverá operação padrão, ou seja, os policiais irão fazer checagens mais demoradas de passaportes e bagagens, o que pode aumentar as filas. Foi o que ocorreu ontem, em Foz do Iguaçu, na aduana e no Aeroporto das Cataratas. Em São Paulo, está previsto para ocorrer hoje.

Fonte: Folhapress e Redação

Histórico

Relembre outras greves ocorridas na Polícia Federal:

Dez 2011 – Funcionários terceirizados da PF entram em greve. No Aeroporto de Guarulhos, fila do passaporte faz passageiros perderem conexões.

Dez 2008 – Os policiais param em 22 estados e no Distrito Federal. Apenas serviços essenciais, como custódia de presos, fiscalização nos aeroportos e plantão policial, são mantidos.

Mar a jun 2007 – Paralisações por reajuste salarial prejudicam emissão de passaportes e aumentam as filas em aeroportos. Em Cumbica, elas chegam a três quilômetros no controle de passagem.

Jun 2006 – Policiais federais entram em greve por 24 horas. Alguns estados estendem paralisação por mais de um dia.

Mar 2004 – Greve aumenta as filas nos aeroportos, que têm operação-padrão e postos em fronteiras chegam a ser desativados.

6,8 mil

agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal cruzaram os braços ontem, segundo a federação que representa a categoria. É a terceira greve geral desde 1994.

Você foi afetado

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50 minutos

foi o tempo de espera para cruzar a Ponte da Amizade ontem no retorno do Paraguai. A operação-padrão dos policiais revistou 90% dos veículos que passaram pela aduana.

Piquete no Incra

Os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário realizam, em todo o Brasil, manifestações nas sedes do instituto como parte do movimento de greve da categoria. Em Curitiba, a sede do Incra, localizada na Rua Doutor Fraive, no Centro, foi fechada na segunda-feira e ontem. Funcionários e dirigentes da superintendência foram impedidos de entrar na instituição. Os cerca de 60 grevistas que permaneceram no local colocaram uma lona preta na entrada do prédio. Os servidores estão em greve desde o dia 18 de julho em 28 das 30 superintendências do país.

  • Na aduana de Foz, o congestionamento chegou a 1,5 quilômetro

Agentes da Polícia Federal se juntaram aos demais servidores federais em greve e iniciaram ontem uma paralisação que não tem data para acabar. O protesto por melhores salários, novas contratações e valorização profissional afeta os serviços de emissão de passaportes, fiscalização de fronteiras e investigações. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) – que encabeça a greve e não representa os delegados – estima que 6,8 mil policiais pararam. Agentes, escrivães e papiloscopistas somam 9 mil pessoas. A entidade afirma que cerca de 30% do efetivo – o mínimo legal – permanecerá trabalhando. Esta é a terceira greve geral da categoria. As outras ocorreram em 1994 e 2004.

Segundo a Fenapef, apenas passaportes de urgência serão emitidos a partir de hoje. Porém, não há uma definição clara sobre quais são os casos emergenciais. "Se alguém precisar viajar por causa de problema familiar ou se já comprou passagem, o passaporte será feito", disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink.

No Paraná, a paralisação afetou o atendimento ao público na Superintendência da PF em Curitiba e provocou filas e congestionamento em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai. Na capital, quem chegou à PF em busca de passaporte antes das 8 horas conseguiu atendimento. Depois disso, os policiais pararam o serviço. "Quem veio ontem bem cedo foi atendido porque já estava aqui", conta o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Pa­­raná (Sinpef-PR), Fernando Augusto Vincentine.

Para quem já havia marcado horário para requisitar o passaporte, Vicentine orienta fazer um reagendamento via internet. Já os passaportes que já estão prontos serão entregues, segundo a Fenapef.

"Nossa intenção não é criar mais transtornos à população, mas mostrar como o trabalho deveria ser feito e não acontece por falta de estrutura adequada de trabalho. Em breve teremos a Copa do Mundo e a Olimpíada, mas sem estrutura adequada para atender à demanda ", explica o vice-presidente do sindicato, Alberto Domingues Jancke.

Hoje, às 10 horas, haverá um ato simbólico em frente da superintendência na capital, onde serão entregues as armas e as carteiras funcionais dos agentes. Esse gesto em protesto ocorreu ontem nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, além do Distrito Federal.

Efetivo

A Fenapef diz que a categoria está sem aumento desde 2006 e que o salário inicial, de R$ 7.200, ficou defasado. A categoria quer aumento para R$ 13 mil em cinco anos, equiparando-se a auditores da Receita e agentes da Abin. Os policiais também dizem que falta efetivo para controlar fronteiras e aeroportos e pedem a substituição do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, por alguém que não seja da corporação. "Se houver algum gesto do governo, vamos suspender a greve e retomar a negociação", afirma Wink.

Movimento na Anvisa pode atrasar exames

Folhapress

Análises de sangue para detectar doenças como a gripe A, controlar a diabete e liberar transfusões podem ser comprometidas nos próximos dias caso a greve da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seja mantida, alertam médicos e laboratórios. A paralisação se arrasta desde o último dia 16 e não há perspectivas de quando vá chegar ao fim – o governo ainda não deu início às negociações.

Boa parte dos reagentes usados nos testes são importados e estão retidos em portos e aeroportos. Mesmo com a liminar para que a Anvisa libere mercadorias em até 48 horas e com medidas do governo, a situação é tida como crítica.

Para Carlos Eduardo Gouvêa, da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, não está claro como vai funcionar o repasse aos estados da atribuição de fazer as inspeções. Laboratórios já preveem atrasos na entrega de resultados. Irineu Grinberg, da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, diz que muitos estão usando reagentes similares.

Segundo o Sinagências (que representa as agências nacionais), não há desabastecimento – um terço da equipe atua, em Guarulhos, na liberação desse tipo de mercadoria. A Anvisa diz que não recebeu reclamações sobre esses materiais.

Fila na fronteira

Operação-padrão causa congestionamento em Foz

Robson Mattjie, especial para a Gazeta do Povo

Os motoristas que cruzaram a fronteira do Brasil com o Paraguai ontem enfrentaram congestionamento de pelo menos 1,5 quilômetro e lentidão de 50 minutos para passar a Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, por causa da greve da Polícia Federal (PF). Os agentes promoveram uma operação-padrão e vistoriaram cerca de 90% dos veículos que voltavam do Paraguai. Em Guaíra (Oeste do estado), os servidores também aderiram à mobilização.

Com a mobilização, o efetivo na aduana brasileira, em Foz, saltou de três para 15 agentes. Eles se revezaram na fiscalização de motos, táxis, vans e ônibus durante todo o dia. "Em vez de fazer uma greve e ficar em casa, nós estamos vindo para cá e fazendo o trabalho que deveria ser feito, mas não é, por falta de efetivo", explicou o agente da PF, Fábio Ramalho.

Após uma longa espera, o iguaçuense Guilherme Gonçalves Rocha teve os documentos e o veículo vistoriado, mas apoiou a mobilização. "A Polícia Federal está mostrando o melhor jeito de trabalhar, evitando a entrada de armas, drogas e mercadorias no Brasil", enfatizou.

Nas delegacias da PF em Foz e Guaíra foram suspensas a emissão de passaportes, o atendimento a estrangeiros e o registro e porte de arma, além de investigações e diligências. "Os agentes responsáveis por essas atividades aderiram à greve e estão trabalho em regime de operação-padrão", explicou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná, Fernando Augusto Vicentine.

Passageiros

No Aeroporto Interna­cional das Cataratas, os agentes revistaram 100% das bagagens e os passageiros de voos nacionais e internacionais demoraram cerca de duas horas para completar todo o procedimento de embarque. "Houve atraso, mas sem gerar perda de voo", disse a diretora do Sindicato da PF em Foz, Bibiana Orsi.

Apesar da rigor, a operação-padrão da PF não fez nenhum flagrante de tráfico e descaminho. No aeroporto de Foz houve apenas uma suspeita de tráfico de drogas, mas descartada após a emissão de um laudo de laboratório.

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