SÃO PAULO - Funcionários e docentes da Universidade de São Paulo (USP) decidiram ontem encerrar a greve, iniciada há 57 dias pelos servidores e que em 5 de junho ganhou a adesão de professores e estudantes. Os funcionários não conseguiram as principais reivindicações (reajuste de 16% e readmissão de um sindicalista). Conseguiram apenas melhorias periféricas, como aumento do vale-alimentação.
Nos últimos dias, a paralisação vinha perdendo força. A participação nas assembleias, por exemplo, caiu. No auge do movimento, logo após confronto com a polícia, 400 professores e 500 funcionários participaram das reuniões, em maio. Ontem, estavam presentes nas assembleias 120 professores (de um total de 5 mil) e 300 funcionários (de um total de 15 mil). Em ambas as reuniões, foram menos de cinco votos contrários ao fim da greve.
A direção do Sintusp (sindicato dos funcionários) defendeu a suspensão do protesto por entender que não teria mais pedidos contemplados e que poderia perder alguns dos pontos apresentados pela reitoria, como a não punição dos manifestantes nem corte do ponto pelos dias parados.
"Faltou um pouco de mobilização nas demais universidades [estaduais, Unesp e Unicamp], avalia Magno de Carvalho, diretor do sindicato parte das reivindicações era unificada. "Mas houve vitórias: mostramos que falta democracia na USP e colocamos o ensino a distância no debate."
Os grevistas pediam eleição direta para reitor e fim dos cursos a distância (cuja implantação foi adiada). Chegaram também a exigir a renúncia da reitora Suely Vilela, o que não ocorreu.
A reitoria ofereceu aumento de 6,05%, mesmo percentual apresentado desde a primeira reunião, em maio. O reajuste solicitado pelos funcionários foi considerado inviável.
Sobre a readmissão do sindicalista Claudionor Brandão, demitido por justa causa no fim do ano passado, a reitoria afirmou que o caso tem de ser apreciado pela Justiça.
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