• Carregando...

A greve dos motoristas e cobradores de Curitiba e região metropolitana, que estava marcada para 1.º de março, foi cancelada após audiência de conciliação na Justiça do Trabalho ontem. O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc) aceitou um reajuste de 10% – até então, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) oferecia 8%. O impacto na passagem deve ser de R$ 0,08, segundo a bancada do PT da Câmara Municipal de Curitiba. Na última semana, a Urbs confirmou a tarifa técnica em cerca de R$ 2,37, o que, portanto, elevaria a passagem para R$ 2,45, faltando ainda a reposição inflacionária e dos combustíveis.

Na última sexta-feira, o presidente da Urbs, Marcos Isfer, afirmou que a tarifa não deverá ficar abaixo dos R$ 2,50. O salário dos trabalhadores, conforme o Setransp, representa cerca de 40% do valor da passagem. "Esse valor [R$ 2,50] está muito próximo do custo a que deve chegar a passagem em Curitiba. É importante lembrar que toda manutenção do transporte coletivo, incluindo as integrações e gratuidades, são arcadas com o preço da tarifa", diz Rodrigo Corleto, presidente do Setransp. Não há prazo definido para o reajuste, que geralmente ocorre antes do fim de março.

Negociação

Desde o início da negociação, em dezembro do ano passado, os motoristas reivindicavam aumento de 38%, mas já admitiam encerrar o movimento se garantissem 10%. Além do acordo salarial, houve acerto em relação a outros quatro pontos: troca da cesta básica por cartão-alimentação, reajustada pelo In­­díce Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); suspensão da cobrança de multas administrativas e de trânsito até a criação de uma comissão formada por Urbs, Coordenação da Região Metropolitana (Comec), Sin­dimoc e Setransp; reajuste do seguro de vida em 100%; e o oferecimento de assistência médica à categoria.

Após uma reunião de conciliação de uma hora sob a mediação da vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, desembargadora Rosemaria Diedrichs Pimpão, tanto empregados quanto patrões consideraram o acordo bom. "Foi consenso. O acordo não vai comprometer o preço da tarifa e, baseado no momento econômico vivido pelo país, ficou de bom termo para todos", diz Rodrigo Corleto, presidente do Setransp, que representa 28 empresas. "Havíamos decretado a greve porque as negociações não avançaram. Agora conseguimos resolver no diálogo", afirma o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira.

Conforme Corleto, a solicitação de dissídio não era meramente econômica e envolvia os demais quatro itens, que incrementam as condições de trabalho de motoristas e cobradores. "Foi discutido o pacote como um todo. Uma coisa estava necessariamente atrelada à outra", diz o presidente do Setransp.

No acordo, Urbs e Comec (respectivamente representadas pelo presidente, Marcos Isfer, e o diretor de Transportes, Carlos do Rego Almeida Filho) foram intimadas a comparecer em razão da criação da comissão usada para avaliar a aplicação de multas no transporte coletivo. Os motoristas reclamam que a Urbs aplica multas e julga os recursos solitariamente. Procu­rada pela reportagem, a Urbs informou que não se manifestaria sobre o assunto.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]