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Com o Sindimoc dizendo que não foi notificado da decisão do TRT-9.ª, manhã de hoje deve ser caos | Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo
Com o Sindimoc dizendo que não foi notificado da decisão do TRT-9.ª, manhã de hoje deve ser caos| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Alternativa

Carros particulares poderão se cadastrar para transportar passageiros

O presidente da Urbs, Roberto Gregório, disse que a prefeitura fez "o que está dentro das possibilidades" frente à greve que se anuncia. Uma frota de 200 veículos do município vai circular pela cidade para fazer o transporte da população, sem cobrança de tarifa. O transporte ocorrerá, nesse caso, a partir de pontos e em regiões que as equipes da Urbs consideram como os de maior movimento. O atendimento será maior em terminais de ônibus.

"Além disso, a partir das 6 horas começamos o credenciamento dos veículos particulares. Até táxis poderão operar dessa forma. O valor será uma taxa única de R$ 6 reais", explicou. Os motoristas interessados em fazer o transporte alternativo terão de ir à sede da Urbs, na Rodoviária de Curitiba, para fazer um cadastro. No local, será definido o trajeto de cada veículo.

Negociações

Gregório ressaltou que durante o fim de semana nenhum acordo foi costurado entre prefeitura e governo estadual para acabar com a dívida de R$ 16,5 milhões que a Urbs tem com as empresas e que se deve também à falta de repasses da Comec para a manutenção da Rede Integrada de Transporte com a região metropolitana, a RIT.

Desde outubro a Comec não estaria honrando integralmente com seus compromissos.

Gregório lembrou ainda que, no início de janeiro, a prefeitura arcou com um aporte emergencial de R$ 3,8 milhões no Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), repassado para as empresas para que elas garantissem o pagamento dos salários de motoristas e cobradores. Esse aporte evitou uma greve já no início de 2015.

Ontem, a assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu limitou-se a dizer que a dívida do governo estadual com a Urbs está em negociação.

A greve no transporte público em Curitiba e região metropolitana começa hoje com grande possibilidade de todos os ônibus deixarem de circular. É que o sindicato dos motoristas e cobradores, Sindimoc, até o fechamento desta edição, não tinha sido notificado oficialmente sobre a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região (TRT-9.ª) que determina a operação de uma frota mínima hoje – de 70% em horários de pico (das 5 às 9 horas e das 17 às 20 horas) e de 50% nos demais horários.

O sindicato das empresas do setor, o Setransp, por sua vez, garantiu que foi notificado da decisão judicial que deixará os veículos disponíveis nas garagens.

A decisão do TRT-9.ª também engloba a presença de cobradores nos ônibus e nas estações-tubo.

A liminar da Justiça do Trabalho foi concedida na noite de sábado em resposta parcial a um pedido de liminar apresentado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Em caso de descumprimento, tanto Sindimoc quanto Setransp estão sujeitos a pagamento de multa diária de R$ 50 mil.

O TRT-9.ª determinou também que a Urbanização de Curitiba S.A. (URBS) fiscalize o cumprimento da ordem, comunicando nos autos da ação qualquer eventual descumprimento.

Na mesma decisão, foi marcada uma audiência de conciliação entre as partes – trabalhadores e empresas – na sede do TRT-9.ª (Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 528), a partir das 17 horas de hoje.

Segundo o Tribunal, devem comparecer membros do Sindimoc, Setransp, Ministério Público do Trabalho (MPT), prefeitura de Curitiba e Urbs, governo estadual e Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec).

Retrospecto

A greve no transporte coletivo em Curitiba foi decidida pelo Sindimoc na sexta-feira, 23 de janeiro, após a constatação do não recebimento do adiantamento salarial de 40%, o vale de motoristas e cobradores referente ao mês de janeiro.

Segundo o Sindimoc, 80% das empresas não realizaram o pagamento.

E o impasse não tem prazo para acabar. O Sindimoc pretende antecipar as discussões em torno do aumento salarial dos motoristas e cobradores, categoria cuja data-base começa em 1.º de fevereiro próximo. Eles pedem cerca de 19% de reajuste. Nas negociações anteriores, o porcentual médio obtido foi de 10%.

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