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Pelo menos 6 mil processos trabalhistas estão parados em decorrência da greve dos servidores da Justiça do Trabalho que prossegue no Paraná e em mais outros dois estados – São Paulo e Bahia. Até a tarde desta quarta-feira (24), 51 varas de primeira instância do Tribunal Regional do Trabalho no estado estão paradas. Os servidores de Campo Mourão, no Noroeste paranaense, se uniram aos funcionários de outras varas que já estavam paradas no dia em que a paralisação completa uma semana.

Em Curitiba, onde 16 das 20 varas não estão funcionando, mais de 700 audiências deixam de ser realizadas por dia. Com isso, o acúmulo de processos é inevitável. Os advogados trabalhistas e seus clientes são os que mais têm sido prejudicados com a greve. Para o advogado Luis Gustavo Correia, especialista em causas de trabalho, além do problema da greve, existem as conseqüências ruins que a paralisação vai trazer. "Com a volta ao trabalho e a readequação das audiências, a tendência é que os projetos andem ainda mais lentamente do que o normal", completa.

Algumas audiências, marcadas há mais de um ano, também já foram prejudicadas com o movimento dos servidores. A longa espera da solução para determinados processos, já tida como lenta, mostra-se ainda mais pessismista para algumas pessoas. Com um cliente do advogado Daltro Maronezi, a situação foi ainda pior. "Ele veio especialmente do exterior para essa audiência, e foi pego de surpresa com a greve. Quem vai arcar com esse e outros prejuízos?", questiona o advogado.

Enquanto isso, mais funcionários devem parar nos próximos dias, de acordo com o Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho no Paraná (Sinjutra-PR). No total, cerca de 66,26% das varas sitiadas no Paraná já estão paradas, e a meta é aumentar ainda mais esses números. Uma comitiva do Sinjutra/PR composta por José Padilha, o coordenador da greve, e mais representantes do comando grevista em Curitiba está percorrendo o interior nesta quarta-feira, para dialogar tanto com os servidores que ainda não aderiram ao movimento. Segundo o sindicato, essa é a maior greve da categoria já realizada em solo paranaense.

Números

Em Curitiba, 16 das 20 seguem sem atividades e as outras quatro funcionam precariamente, o que corresponde a 90% do total, de acordo com o Sinjutra-PR. Na região metropolitana, os trabalhos também estão parados em São José dos Pinhais, Colombo e Araucária. Apenas os trabalhadores comissionados estão trabalhando. As cinco varas de Maringá e Londrina, as três de Foz do Iguaçu e a de Arapongas e Ivaiporã também seguem paradas por tempo indeterminado. Quem também parou em sete dias de greve foram os servidores de Apucarana, Guarapuava, Umuarama, Cianorte, Ivaiporã, Jacarezinho, Castro, Pato Branco, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Assis Chateaubriand.

Reivindicação

A paralisação teve início na quarta-feira (17) e os servidores reivindicam a aprovação do Plano de Cargos e Salários, na Câmara Federal e no Senado, até 30 de junho, para cumprir o limite imposto pela legislação eleitoral, possibilitando a implantação do projeto ainda este ano. Com a aproximação do fim do prazo, representantes da categoria em Brasília buscam apoio da classe política. De acordo com Padilha, nomes de peso estariam apoiando as reivindicações, como o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) e o pré-candidato à presidência pelo PPS, Roberto Freire.

Confira na matéria em vídeo outros detalhes da greve dos funcionários do TRT

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