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Decisões da Justiça esvaziaram a greve dos funcionários do setor aéreo, ontem: apesar da suspensão da paralisação, os aeroportos de todo o país voltaram a registrar atrasos nas decolagens | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Decisões da Justiça esvaziaram a greve dos funcionários do setor aéreo, ontem: apesar da suspensão da paralisação, os aeroportos de todo o país voltaram a registrar atrasos nas decolagens| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Serviço

Confira os telefones das companhias aéreas e dos aeroportos para a confirmação de voos, e dos órgãos de controle do governo para o caso de reclamações:

Aeroportos

- Afonso Pena/Curitiba – (41) 3381-1515

- Londrina – (43) 3027-9000

- Foz do Iguaçu – (45) 3521-4200

Empresas

- TAM – 4002-5700 (capitais) e 0800-570-5700 (interior)

- Gol – 0800-704-0465

- Webjet – 0800-723-1234

- Azul – 0800-884-4040

Órgãos de controle

- Anac – (61) 3314-4155/4158/4154

- Procon – (41) 3219-7406

Dez de janeiro. Esta é a nova data marcada pelos trabalhadores do setor aéreo para cruzar os braços em protesto contra a falta de acordo na negociação salarial. Pres­sionados pela Justiça e pelo governo, aeronautas (pilotos e comissários) e aeroviários (que trabalham em terra) suspenderam a greve marcada para ontem. Mas, mesmo sem paralisação, a média de atrasos de voos no país na antevéspera do Natal continuou alta. De um total de 2.469 voos domésticos programados até as 22 horas, 39% tiveram atraso superior a 30 minutos e 105 foram cancelados. Ao longo do dia, funcionários promoveram manifestações nos aeroportos de Guarulhos (SP), Salvador, Bra­sília e Galeão (RJ), mas sem grandes transtornos aos passageiros.

Após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ordenar que 80% dos funcionários trabalhassem, uma nova liminar, desta vez da Justiça Federal do Distrito Federal, proibiu que os sindicatos interrompam as operações nos aeroportos até 10 de janeiro, sob pena de multa de R$ 3 milhões por dia em caso de descumprimento. A liminar, concedida no fim da noite de quarta-feira pelo juiz da 4.ª Vara Federal, Itagiba Catta Preta Neto, determina que 100% dos trabalhadores devem manter suas atividades. Na decisão, o juiz critica o movimento grevista e a ameaça de paralisação justamente quando há maior movimento nos aeroportos.

"A deflagração do movimento neste momento, às vésperas das festividades de final de ano e das posses do presidente da República, governadores de estados e membros dos poderes legislativos federal e estaduais, afigura-se oportunista e abusiva", afirmou Catta Preta. "Não só a população brasileira como um todo que corre o risco de sofrer prejuízos irreparáveis com tal movimento. É o bom nome do próprio país, no cenário internacional, que está em jogo, ainda mais quando nos preparamos para a realização de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos na década que se inicia", acrescentou.

A decisão da Justiça Federal coroou o cerco feito contra a greve anunciada pelos sindicatos para o início da manhã de ontem. A Advocacia Geral da União, o Mi­­nistério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal entraram com três pedidos de liminar em diferentes instâncias da Justiça.

Mas para que essa estratégia tivesse sucesso, foi preciso atrasar ao máximo as decisões da Justiça. O fato de o Judiciário estar de recesso também contribuiu para impedir a paralisação. Em regime de plantão, os três pedidos de liminar deveriam sair somente no final da noite de quarta ou, no mais tardar, ontem pela manhã. Foi exatamente o que aconteceu.

A primeira das liminares foi concedida às 19h30 na ação protocolada pela Advocacia Geral da União (AGU). Já não haveria tempo suficiente, portanto, para os sindicatos tentassem derrubar as liminares. Mesmo assim, o governo atrasou a divulgação da decisão para depois das 22 horas. A greve estava desarticulada. "Po­­dería­mos ter conseguido adesão de mais de 20% dos funcionários, mas temos responsabilidade e não queremos criar tumulto entre os passageiros", afirmou Selma Balbino, presidente do Sindicato dos Aeroviários.

Nova proposta

As empresas aéreas elevaram para 8% ontem a proposta feita aos pilotos e comissários das companhias aéreas. A oferta anterior era de 6,58%. O Sindicato dos Aeronautas recusou. "Não aceitamos negociar por menos de dois dígitos", afirmou Carlos Camacho, diretor de segurança em voo do sindicato. Os aeronautas pedem 15%.

Aos aeroviários, que reivindicam 13%, o sindicato patronal ofereceu 6,08%. Além do reajuste salarial, as categorias reivindicam melhores condições de trabalho e infraestrutura nos aeroportos.

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