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Apesar do encontro de negociação realizado nesta quinta-feira (24) com representantes do governo do estado, professores da rede estadual de ensino do Paraná continuam de braços cruzados nesta sexta (25) – terceiro dia de paralisação da categoria. Segundo o Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), as propostas apresentadas na reunião ainda precisam ser avaliadas, para que então seja decidido o rumo da greve.

Conforme a entidade, estima-se que nesta sexta-feira 85% dos professores de toda a rede estejam fora das salas de aula. Além disso, a greve afetaria 1.720 das 2.149 escolas estaduais, entre adesões totais e parciais. A Secretaria Estadual de Educação (Seed) prometeu um balanço sobre a adesão até o final da manhã.

Na rodada desta quinta – que durou mais de cinco horas – o governo propôs uma compensação financeira para suprir a quantidade de horas-atividade reivindicadas pelo sindicato. O pagamento seria efetuado parcelado entre os meses de agosto a dezembro. Ainda segundo a proposta, a partir de 2015, a hora-atividade passaria para os 33% do total do tempo do professor na escola – índice reivindicado pela categoria, mas que o aumento salarial seja mantido conforme a inflação, em torno de 6%. A categoria cobra 8,32% de reajuste.

Todos os argumentos do estado serão analisados neste sábado (26), em uma reunião estadual do comando de greve, que começa às 9 horas, informou o sindicato. Neste encontro será decidido se as "ofertas" do executivo estadual devem ou não ser levadas para votação em assembleia geral. Até que haja apreciação das propostas pelos professores, a greve está mantida por tempo indeterminado.

Embora alguns itens da pauta de reivindicações tenham sido atendidos, a APP-Sindicato ainda considera as propostas insuficientes. "Ainda não é viável o que o governo propôs. Temos uma avaliação que isto ainda não atende a todos os interesses dos funcionários e professores, e por isso refrisamos que a categoria permanece em greve", declarou a presidente da APP-Sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho.

De acordo com Marlei, a intenção é de que o governo atenda a, pelo menos, mais três pontos indispensáveis da pauta de reivindicação dos trabalhadores: o aumento do piso salarial, o pagamento dos valores devidos em parcelamentos menores (foi proposto o pagamento das promoções e progressões em dez vezes), e discussão de hora-aula para a Educação Especial.

Com a manutenção da greve, os professores permanecem acampados em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, em Curitiba. Segundo a APP-Sindicato, 500 professores, de várias partes do estado, estão no local.

Em nota divulgada nesta quinta, a Seed explicou que, apesar da greve, as escolas estaduais devem ficar abertas para receber os alunos. Os professores que não aderirem à paralisação organizada pelo sindicato da categoria precisam ter condições de trabalhar normalmente, independentemente do número de alunos presentes, para que possa ser considerada a carga horária ofertada ao aluno e cumprida pelo professor. "Os Núcleos Regionais de Educação receberam novos relatos sobre professores que queriam trabalhar e foram impedidos de entrar nos colégios por manifestantes. Os casos serão apurados pelas ouvidorias dos núcleos", afirmou a Seed em nota.

O APP-Sindicato rebateu a informação, afirmando que recebe "denúncias de educadores sobre ações dos Núcleos Regionais de Educação, que continuam encaminhando um documento para as escolas, ameaçando com a rescisão de contrato para os professores PSS [regime de vagas temporárias] que participam da greve e aqueles que estão em estágio probatório".

Escolas fechadas

Nesta quinta-feira, no segundo dia da paralisação, o APP-Sindicato estimou também que 80% dos 73 mil professores do estado tenham cruzado os braços.

Já a Secretaria de Estado da Educação (Seed) divulgou uma nota no fim da tarde apontando que apenas 15,9% das 2.149 escolas estaduais paralisaram totalmente as atividades; 60,1% das unidades da rede estadual tiveram atendimento parcial; e 24% dos colégios funcionaram normalmente.

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