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Curitiba – A greve nacional dos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deixou ontem 950 beneficiários sem atendimento no Paraná. Dos 200 médicos do instituto que trabalham no estado, 79 aderiram à paralisação.

Segundo balanço divulgado pela assessoria de imprensa do INSS em Curitiba, das 51 agências da Previdência Social no Paraná, 13 não realizaram perícias. Na região metropolitana de Curitiba não houve atendimento nas agências Cândido Lopes e Estação, em Curitiba, Araucária, São José dos Pinhais, Campo Largo e Fazenda Rio Grande. Também não foram feitas perícias nas agências de Toledo, Apucarana, Arapongas, Londrina (2), Telêmaco Borba e Paranaguá.

Os peritos são responsáveis pela avaliação da capacidade de trabalho do segurado para concessão de auxílio-doença e auxílio- acidente.

Corte do ponto

O ministro da Previdência, Nelson Machado, afirmou ontem que haverá corte de ponto dos peritos que entraram em greve. O ministro justificou que a população não será a única a ter prejuízos com a paralisação. "Essa greve certamente vai prejudicar muito fortemente nossos segurados, mas vai prejudicar também os médicos peritos. O ponto está sendo cortado, os dias serão descontados e obviamente nós teremos um problema sério com a gratificação que os médicos peritos têm neste momento", disse o ministro, após participar de solenidade no Palácio do Planalto.

Segundo ele, a greve não vai resolver o problema da categoria. "As medidas nós estamos negociando com as lideranças, tentando fazê-los ver que a greve da maneira que está colocada só aprofunda o problema. Se o problema é de reduzir o grau de estresse, de reduzir o grau de violência, uma greve dessa maneira só faz ampliar o sofrimento dos nossos segurados", advertiu.

Um dos motivos da greve é a falta de segurança no local de trabalho. O movimento ganhou força depois que médica perita Maria Cristina Souza Felipe da Silva, em Governador Valadares (MG), foi assassinada.

Para a Associação Nacional dos Médicos Peritos, o assassinato pode estar ligado à violência contra peritos médicos da Previdência, que já relataram ameaças à Polícia Federal de pessoas interessadas em conseguir benefícios irregulares do INSS. Os peritos querem melhorias na segurança no trabalho e alegam que são agredidos por segurados insatisfeitos com os resultados dos exames.

O ministro disse que uma das medidas que está sendo estudada para oferecer mais segurança aos peritos é encaminhar a carta de concessão ao benefício do INSS pelos Correios. Nelson Machado ponderou, entretanto, que esta medida exige tempo.

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