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Os funcionários do Metrô/DF entraram em greve nesta segunda-feira (15) e 160 mil passageiros ficaram sem transporte em Brasília. O comando grevista garantiu que respeitaria a lei e manteria 30% dos funcionários trabalhando, mas a direção do metrô alegou falta de segurança e decidiu fechar todas as estações.

"O metrô de São Paulo transporta dois milhões de passageiros por dia, nós transportamos 150 mil passageiros. O metrô de São Paulo faz greve e funciona. Em Belo Horizonte e Recife, que tiveram paralisações de um dia com o quantitativo mínimo, também. Por quê o metrô de Brasília não pode funcionar?", questionou o presidente do SindMetrô, Solano Teodoro.

As negociações envolvem 77 itens. Os metroviários afirmam que 12 não tiveram acordo. Eles querem aumento salarial de 120%, adicional de periculosidade e risco de vida, abono e gratificação por operações, auxílios de creche e alimentação, redução na jornada de trabalho de quarenta para trinta horas semanais, rodízio de folga nos feriados e a convocação de cerca de 300 aprovados no último concurso.

O metrô emprega 1.100 funcionários. No ano passado, foram nomeados 64 para a área operacional e 50 para a área administrativa. O governo tentou negociar com a categoria até domingo de noite, mas não obteve sucesso e fez um pedido formal ao Tribunal Regional do Trabalho para que a greve seja considerada ilegal.

Segundo o diretor de operações do metrô, José Dimas, a proposta do Sindicato é absurda e é impossível dar um reajuste de 120%. "As negociações não pararam, é uma pauta inegociável e nós entramos com o pedido junto ao TRT para que intermedie essa negociação e avalie se essa greve é abusiva ou não. A data base não se encerrou ainda, encerra só no final do mês, ela foi antecipada. Me causa estranheza, pode ser que eles estejam aproveitando o momento político do GDF para causar mais tumulto para a população", afirmou.

Ainda de acordo com Dimas, a proposta do Sindicato onera a folha de pagamento do metrô em 160%. O salário de um piloto do Metrô seria de cerca de R$9 mil. O agente de estação, que é uma das funções base da empresa, passaria a receber perto de R$6,5 mil. Sobre o não funcionamento de 30% do serviço, que é garantido por lei, o diretor de operações afirmou que o metrô não tem como funcionar com esse percentual de carros. "Eu costumo operar com 19 trens no pico, se colocar 30%, que são três carros, eu não dou vazão às pessoas que vão procurar o metrô", disse.

O impasse vai prejudicar milhares de passageiros. "A gente tem que pegar ônibus,né? Que é mais cansativo, tem engarrafamento e demora muito para sair da rodoviária"disse o pintor José Nilton de Oliveira. "Sem metrô vai aumentar mais ainda o congestionamento, mais ônibus lotado, mais pessoas chegando atrasada no serviço. É muito ruim para a população que precisa", afirmou a consultora empresarial Lana dos Santos.

Nesta segunda-feira, passageiros chegaram a se dirigir para a estação Furnas, em Samambaia Sul, mas a estação estava fechada e os trens não circularam. O mesmo cenário se repetiu na estação da Praça do Relógio, em Taguatinga. No início da manhã, horário em que a estação costuma estar movimentada pelo fluxo de trabalhadores, não havia ninguém no local.

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