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Além das instituições federais já paradas, professores de outras 11 devem aderir à greve nos próximos dias. Recomposição salarial e “revogaço” estão entre as reinvindicações.
Além das instituições federais já paradas, professores de outras 11 devem aderir à greve nos próximos dias. Recomposição salarial e “revogaço” estão entre as reinvindicações.| Foto: Beatriz Ferraz / Acervo UnB Imagens

Depois de 15 dias de aulas paradas em 38 universidades e institutos federais, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) começou mais uma rodada de debates nas instituições para levar uma nova proposta ao governo Lula. Entre as principais reivindicações está a recomposição salarial mínima de 22,71%, com margem para aumento do valor até 2026. Além das instituições já paralisadas, professores de outras 11 devem aderir à greve nos próximos dias (veja abaixo a lista atualizada).

Enquanto a proposta dos sindicatos foi de recomposição salarial de 7,06% em 2024, 2025 e 2026, o governo Lula apresentou a contraproposta de 0% para 2024; 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Os professores não aceitaram o total de 12,5% e querem mais. Apenas o índice de 9% para janeiro de 2025 deve ser acatado durante as reuniões dos próximos dias.

Segundo sindicatos, greve ganha força

Ao que tudo indica, a greve tem pressionado o governo a atender aos interesses dos professores e, por isso, não há previsão para que a paralisação seja suspensa. Segundo consta no site da Associação de Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Adunifesp), uma das instituições que também está parada, a greve destravou as negociações, o que gerou o aumento no número de instituições participantes.

“Essa proposta [de 12,5%] recupera ainda muito pouco das perdas e, portanto, não foi aceita como base a um acordo na Mesa pelas dezenas de Assembleias Gerais Docentes nas diversas instituições federais. O que impulsionou a adesão à greve em mais institutos e universidades, incluindo a nossa”, afirma um comunicado do site da Adunifesp.

Em instituições como a Universidade de Brasília (UnB), onde já estão parados docentes e servidores técnicos-federais, os estudantes também aprovaram a adesão à greve no último dia 25 em assembleia do DCE-UnB. Apesar do baixo movimento nos campi, a instituição não suspendeu o calendário letivo. Os poucos professores que optaram por não parar – especialmente dos cursos de matemática, física e engenharia – acreditam que não vão precisar repor as aulas ao final da paralisação.

Também de acordo com informações da Andes-SN, o estado de Minas Gerais deve ter cerca de 11 instituições que aderiram ou vão aderir a greve. É o caso dos professores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), do Sul de Minas, que nesta segunda-feira decidiram parar as atividades no próximo dia 3. A UFLA ainda não decidiu se deve ou não suspender o calendário letivo.

Além de recomposição salarial, professores querem "revogaço"

Além da recomposição salarial, os professores federais também querem a revogação de alguns atos normativos. A portaria 983 de 2020, assinada pelo ex-ministro da Educação Milton Ribeiro à época do governo Bolsonaro, é uma delas. Para os docentes, o grande problema do texto é o estabelecimento mínimo de horas em sala de aula. Os professores com carga horária de 40 horas devem permanecer pelo menos 14 horas em sala de aula. Já os que possuem carga horária de 20h precisam cumprir 10 horas em sala. Segundo eles, a limitação torna quase impossível exercer atividades de pesquisa e extensão.

Como a Gazeta do Povo já mostrou ao relatar alguns problemas das fundações de apoio, responsáveis por gerir grande parte do orçamento das universidades federais, a participação em projetos de pesquisa, na maioria das vezes, gera uma renda extra aos docentes.

Outro documento que possui oposição dos professores federais é a Instrução Normativa 66/2022, que altera parte da estrutura de progressão salarial na carreira dos docentes federais. As progressões são aumentos salariais recebidos pelos servidores públicos em geral baseados em critérios como tempo de permanência nas instituições federais e uma avaliação de desempenho, que acaba sendo uma mera formalidade. Para os sindicatos, a IN 66/2022 tem limitado a progressão funcional dos docentes de instituições federais de ensino e impedido o pagamento de parcelas retroativas relacionadas à progressão.

Veja a lista de instituições federais paradas, segundo a Andes-SN

Instituições em greve

  • Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
  • Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
  • Universidade Federal do Ceará (UFC)
  • Universidade Federal do Cariri (UFCA)
  • Universidade Federal de Brasília (UnB)
  • Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
  • Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
  • Universidade Federal de Viçosa (UFV)
  • Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
  • Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
  • Universidade Federal do Pará (UFPA)
  • Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)
  • Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
  • Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
  • Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
  • Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Universidade Federal de Roraima (UFRR)
  • Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ)
  • Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • Universidade Federal de Catalão (UFCAT)
  • Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB)
  • Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  • Universidade Federal de Tocantins (UFT)
  • Universidade Federal Fluminense (UFF)
  • Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
  • Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE)
  • Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
  • Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
  • Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  • Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) – Campus Pouso Alegre, Campus Poços de Caldas e Campus Passos
  • Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Rio Grande
  • Instituto Federal do Piauí (IFPI)
  • Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste-MG (IF Sudeste-MG) - Campus Juiz de Fora, Campus Santos Dumont e Campus Muriaé
  • Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense (IFSul) Campus Visconde da Graça
  • Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) - 7 Campi
  • Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)
  • Universidade Federal do ABC (UFABC)

Instituições que devem aderir à greve nos próximos dias

  • Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) no dia 1º de maio
  • Universidade Federal de Campina Grande - Campus Cajazeiras (UFCG-Cajazeiras) - no dia 1º de maio
  • Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) no dia 1º de maio
  • Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) no dia 1º de maio
  • Universidade Federal do Acre (UFAC) no dia 2 de maio
  • Universidade Federal de Lavras (UFLA) no dia 2 de maio
  • Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ) no dia 2 de maio
  • Universidade Federal do Sergipe (UFS) no dia 5 de maio
  • Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) no dia 6 de maio
  • Universidade Federal de Uberlândia (UFU) no dia 20 de maio
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