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A Central Única dos Trabalhadores (CUT) vai apresentar nesta quarta-feira em São Paulo denúncia contra a indústria de transformação e exportação de frango, acusando-a de reduzir a produção com o objetivo de aumentar o preço do produto no mercado interno. O preço da ave no Brasil caiu com o excesso de oferta depois que a ocorrência de gripe aviária em outros países diminuiu o volume de exportações. A redução na produção já está provocando demissões, segundo a CUT.

A acusação não procede, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins. "Temos que fortalecer o mercado interno para suprir a oferta do produto, já que perdemos exportações por causa da gripe aviária. Nosso objetivo é aumentar o consumo per capita no Brasil de 39 kg para 42 kg por ano, e para isso o preço têm de ficar interessante para o consumidor", disse na última segunda-feira.

Martins reconhece que a indústria da ave no Paraná está promovendo ajustes, mas espera não ter que demitir. O plano do setor é reduzir em 20% a produção de frango em 2006, e para isso serão eliminadas horas-extras dos funcionários, a jornada será reduzida para cinco dias semanais, e os frangos alojados passarão para 300 milhões de cabeça.

Se a doença chegar, o impacto não será pequeno. O Paraná é o maior produtor de frango no país e o segundo maior exportador, atrás apenas de Santa Catarina. A previsão do Departamento Intersindical de Estatística e Pesquisa Sócio-Econômica (Dieese) é que, em caso de pandemia, o estado perca 10 mil empregos diretos e até 40 mil indiretos. Até agora, dados de janeiro apontam que 100 vagas foram fechadas na indústria do frango no estado. A reversão, causada pela gripe do frango na Europa, é registrada desde setembro, quando a média de geração de empregos no setor, de 300 a 500 por mês, começou a cair.

Para tentar minimizar os impactos da gripe aviária na economia paranaense e estar preparado caso o doença chegue ao país, poder público e iniciativa privada estiveram reunidos ontem em Curitiba. A Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) apresentou medidas sanitárias e econômicas que estão sendo tomadas, como o Programa de Desenvolvimento do Agronegócio, que reduz para 8,5% ao ano a taxa de juros para contratos formalizados até junho de 2006 e a isenção de ICMS sobre a compra de embalagens para ovos.

Na defesa sanitária, a Seab adota medidas para a regionalização sanitária da avicultura no Paraná. Com a regionalização será possível, assim como acontece com a febre aftosa, manter exportações por região. Para tanto, estão sendo implantados corredores sanitários avícolas e cadastramento com GPS (sistema de localização por satélite) dos plantéis com mais de 400 aves.

Leia mais sobre gripe aviária na editoria de Mundo da Gazeta do Povo (conteúdo exclusivo para assinantes)

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