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Quinze delegacias de Curitiba vão contribuir para a elaboração de um retrato mundial. O levantamento está ocorrendo simultaneamante em cidades de 26 países, nesta semana. No Brasil, a pesquisa atingirá 160 delegacias de oito capitais: São Paulo, Rio de Janeiro (também nas regiões metropolitanas), Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Porto Alegre, além de Curitiba. A coleta de dados é feita por equipes treinadas e orientadas por pesquisadores de universidades. Aqui o trabalho é coordenado pelo Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com o apoio da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Até o próximo domingo, as delegacias de 26 países serão visitadas por 1,5 mil pessoas. Nas oito capitais brasileiras, grupos de quatro pessoas visitam as delegacias. Cada um avalia três delegacias, em média. Eles observam os serviços, instalações e condições de trabalho.

Os visitantes vão observar e dar notas para os seguintes serviços: orientação à comunidade, condições materiais, tratamento igualitário do público, transparência e prestação de contas e condições de detenção. As informações serão passadas para a Altus, organização internacional sediada na Holanda, que desenvolve projetos nas áreas de segurança pública e justiça criminal. O resultado deve ser divulgado dentro de um mês.

Segundo o sociólogo Pedro Bodê, o objetivo é criar uma situação em que a sociedade, visitando as delegacias, possa ajudar na melhoria das suas condições. "É um exercício de cidadania. No ano passado, as equipes visitaram as delegacias em cinco capitais e notaram mudanças no sentido de melhorar o atendimento ao cidadão", afirmou. Ele informou que a pesquisa é feita pelo segundo ano no Brasil, e pela primeira vez em Curitiba.

A reportagem acompanhou ontem o trabalho de um dos cincos grupos que percorrem as delegacias de Curitiba. Estiveram no 3.º Distrito Policial de Curitiba, no bairro Mercês, um técnico em informática, uma nutricionista e um estudante de Psicologia , sob orientação de uma pesquisadora da UFPR. O estudante Volnei Jorge Pinheiro Júnior, 20 anos, teve uma boa impressão do 3.º distrito, que teve a carceragem desativada há cerca de um ano, após passar por uma reforma. " Nas delegacias que visitei (Nucria, 8.º e 3.º Distrito Policial), notei que os delegados estão comprometidos em oferecer um bom atendimento, mas falta um pouco de recurso." Ele disse ainda que a visita o fez mudar o modo de enxergar as delegacias. "Eu imaginava um lugar bem menos receptivo", afirmou.

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