Considerando que "expressiva parcela da população brasileira não tem acesso aos serviços de saúde", o Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho para, em 60 dias, apresentar caminhos para resolver a falta de médicos em áreas pobres e do interior. A criação do grupo foi publicada no "Diário Oficial" da União da última quarta-feira.
O grupo inclui representantes do ministério, dos conselhos de secretários de saúde estaduais e municipais e de entidades médicas.
O ministério promete lançar, nas próximas semanas, a polêmica medida de "importação" de médicos para o Brasil, com o objetivo de fixá-los em áreas do interior e periferias de grandes cidades. Entre as nacionalidades na mira do governo federal estão espanhóis, portugueses e cubanos.
Tabu
"Não pode ser tabu o Ministério da Saúde fazer uma política de atração de médicos estrangeiros, porque não é tabu em lugar nenhum do mundo", disse Alexandre Padilha, titular da pasta.
"Na Inglaterra, 40% dos médicos foram formados fora da Inglaterra. Nos Estados Unidos, de cada quatro médicos que atendem o povo americano um foi formado fora do país. E no Brasil, apenas 1% dos médicos foram formados fora", declarou.
Padilha confirmou que o governo brasileiro já conversa com outros países para trazer esses profissionais e citou a Espanha onde, segundo ele, há 20 mil médicos desempregados devido à crise econômica internacional.
"Eu, como ministro da Saúde, não vou ficar vendo nosso povo precisando de médico e vendo a possibilidade de a gente atrair profissionais com qualidade para atuar exclusivamente nas áreas carentes, nas periferias das grandes cidades e nos municípios do interior", afirmou. O governo prevê a contratação por um período de três anos.
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