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Pelo menos 50 crianças, jovens e adultos participavam de atividades do Comunidade Escola quando aconteceu o crime | Roberto CosmeRaimundo
Pelo menos 50 crianças, jovens e adultos participavam de atividades do Comunidade Escola quando aconteceu o crime| Foto: Roberto CosmeRaimundo

Um guarda municipal foi morto ontem à tarde enquanto trabalhava na Escola Municipal Senador Enéas Faria, no bairro Cajuru, em Curitiba. Leocádio Suami de Melo e Silva, 59 anos, cuidava da segurança do local enquanto cerca de 50 crianças, jovens e adultos participavam de atividades do programa Comunidade Escola. Este foi o quarto guarda municipal morto na capital nos últimos seis meses.

Segundo testemunhas, Silva foi surpreendido por um rapaz aparentando 25 anos que usava boné. Desconhecido por aqueles que frequentam a escola nos finais de semana, ele teria ficado nas dependências do colégio por aproximadamente 40 minutos. "Vimos que era uma pessoa diferente. Ele ficou andando dentro da escola, foi para frente e ficou falando no celular por alguns minutos", relata um professor que monitorava algumas atividades. O rapaz teria retirado a arma do guarda e, com sua reação, atirou três vezes – duas no peito e uma na perna. Silva morreu imediatamente, por volta das 16 horas, na entrada da escola.

Houve correria. Naquele momento crianças jogavam pingue-pongue a menos de 10 metros de onde ocorreu o crime, outras participavam da premiação de uma competição de bete e um terceiro grupo tinha aula de dança em uma sala no piso superior. "A reação que tivemos foi levar as crianças para o fundo da escola", conta outro professor. O assassino fugiu em uma moto com placa fria, estacionada a duas quadras. Como a arma do guarda foi levada, a Delegacia de Furtos e Roubos assumiu o caso.

Silva estava na Guarda Muni­cipal desde 1992 e iria se aposentar em janeiro. Colegas contam que ele tinha pedido para ser transferido para a escola, onde trabalhava havia um mês, cobrindo as férias de outro guarda. Casado e sem filhos, estava prestes a concluir a reforma da casa. Apesar do crime, as aulas na escola não foram suspensas e as atividades nos finais de semana continuarão. "Nós não vamos abandonar o programa porque a comunidade precisa. A gente está vulnerável em qualquer lugar. O que falta é efetivo policial", afirma Elizabeth Dubas, chefe do Núcleo de Educação da Regional Cajuru.

Esse foi o quarto assassinato de guardas municipais nos últimos seis meses em Curitiba. Em junho, um deles foi espancado em casa, no Abranches. No mês seguinte, outro foi encontrado morto a tiros dentro da Unidade de Saúde São José, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), onde trabalhava. O terceiro caso aconteceu em setembro, enquanto um guarda cumpria o plantão no Centro Municipal de Urgências Médicas da CIC. "Es­­tamos consternados com essas situações. Hoje, a nossa maior reivindicação são os equipamentos de proteção", diz o vice-presidente da Associação dos Guardas Mu­­nicipais de Curitiba (AGMUC), Enéas Torres Cunha Júnior.

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