Pelo menos três pessoas morreram, entre elas um taxista atingido por uma bala perdida, e quatro ficaram feridas na Favela de Vigário Geral, que foi invadida na noite da quinta-feira por traficantes de Furquim Mendes. Cerca de cem policiais militares de diversos batalhões ocupam as comunidades de Vigário Geral e Parada de Lucas desde a noite da quinta. Os confrontos chegaram a interditar três vias, entre elas a Linha Vermelha. O tráfego de trens do ramal de Saracuruna ficou paralisado por cerca de quatro horas na manhã desta sexta-feira, deixando passageiros de nove estações sem condução. Assustados, muitos moradores já deixaram suas casas. Sete escolas municipais, sendo três delas creches, não estão funcionando nas duas favelas.
O confronto começou na quinta-feira, depois que, segundo a polícia, bandidos de Furquim Mendes teriam invadido Vigário Geral. O grupo - formado por bandidos que foram criados em Vigário, e com apoio de traficantes do Complexo do Alemão - teria chegado de carro pelo viaduto de Caxias. Policiais do 16º BPM (Olaria), 15º BPM (Caxias), Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE) e 38ª DP (Brás de Pina), com o apoio de três veículos blindados, ocuparam os acessos a Vigário Geral e à favela vizinha de Parada de Lucas, intensificando ainda mais os conflitos.
No início da manhã desta sexta-feira, dois homens, que segundo a polícia seriam traficantes, foram mortos durante uma troca de tiros. Segundo o comandante do Batalhão Ferroviário, coronel Eraldo Almeida Rodrigues, a polícia recebeu informações de existem pelo menos oito corpos no valão que fica atrás da favela, mas ainda não há confirmação. Até o momento foi apreendida uma pistola colt 45, mas haveria mais armamento no interior da favela.
Além dos supostos traficantes, morreu o taxista Anderson Rodrigues Cardoso, de 29 anos. Ele estava fechando a janela de casa quando foi atingido no peito. Ele chegou a dar entrada no Hospital Getúlio Vargas, por volta da meia-noite, mas não resistiu ao ferimento.
Feridos levados para o Getúlio Vargas
Outras quatro pessoas foram feridas e levadas para o Hospital Getúlio Vargas. Suely de Souza dos Santos, de 42 anos, Bruna Regina Cerqueira das Candeias, de 23, e Jonatha de França, de 20, foram liberadas depois de terem sido atendidas. Mozart da Cruz Freitas, cuja idade não foi revelada, continua internado.
- Minha perna começou queimando, ardendo, fui ficando com a perna dormente e eles sem poder prestar socorro porque eram muitos tiros - contou a dona-de-casa Suely dos Santos, de 42 anos, atingida na perna esquerda quando caminhava por uma das principais ruas da favela.
O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou, nesta sexta-feira, que o conflito como uma disputa de poder. Beltrame esteve nesta sexta-feira no Morro do Cavalão, em Niterói, onde fez a abertura de um seminário organizado pelo Movimento Viva Rio.
No último dia 4 de agosto, a Polícia Civil foi informada que um bando liderado pelo traficante Choque iria invadir Vigário Geral, com intuito de tomar os pontos de venda de drogas da favela. A polícia, então, realizou uma megaoperação para evitar o confronto entre as quadrilhas inimigas. Houve confronto e dez supostos criminosos foram mortos pelos agentes . Segundo a polícia, os traficantes estavam escondidos no Morro do Sapo, no bairro Centenário, em Duque de Caxias, mas seriam da Favela de Manguinhos. Eles estariam reunidos em Caxias para invadir a Favela de Vigário Geral, seguindo ordens do traficante Choque, da Vila Cruzeiro, na Penha.
Revoltados com a ação da polícia, moradores do Morro do Sapo foram até o Hospital Municipal Duque de Caxias - para onde os mortos foram levados - e tentaram invadir a unidade. Eles foram contidos por policiais do 15º BPM (Duque de Caxias). Pelo menos 200 pessoas estiveram no local e algumas quase entraram no hospital pelos fundos, passando pelo necrotério. Uma mulher foi presa e os PMs tiveram de usar spray de pimenta para conter os manifestantes.
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