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Preservação da mata nativa na beira de rios é um dos pontos contemplados pelos 16 mil itens – entre leis, decretos e portarias – sobre legislação ambiental no Brasil | Osmar Nunes/Gazeta do Povo
Preservação da mata nativa na beira de rios é um dos pontos contemplados pelos 16 mil itens – entre leis, decretos e portarias – sobre legislação ambiental no Brasil| Foto: Osmar Nunes/Gazeta do Povo

Lei catarinense causa polêmica

O Código Ambiental de Santa Catarina, sancionado no último dia 13, causou tanta polêmica que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o governador catarinense, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), ameaçaram usar forças federais e estaduais um contra o outro.

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Deputados farão audiências públicas no interior

A Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Paraná promoverá uma rodada de audiências públicas pelo interior do estado para debater a lei ambiental e o processo de adequação das propriedades rurais às exigências do Código Florestal (Lei nº 4.771, de 1965). A primeira será na sexta-feira, no Clube 12 de Novembro de Prudentópolis, das 9 às 12 horas e a segunda no dia 30, em Francisco Beltrão, no auditório da Unioeste.

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Código atual é conquista que precisa ser mantida

Se depender da Frente Parlamentar Ambientalista, formada por cinco senadores e 309 deputados, o Congresso não mudará o Código Florestal, muito menos trocará a legislação existente por um código ambiental. Quem assegura é o diretor da organização nãogovernamental SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani. "O Código Florestal é uma conquista ambiental e social do Brasil, muito à frente do seu tempo", diz Mantovani.

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Trinta e nove projetos de lei já tramitam no Congresso Nacional propondo mudanças no Código Florestal Brasileiro, de 1965. Mas este mês a bancada ruralista, formada por 206 deputados e 36 senadores, deve apresentar mais um projeto, desta vez criando o Código Ambiental Nacional, por considerar o atual conjunto de lei um entrave à produção agrícola do país. Na trincheira oposta, 309 deputados e cinco senadores da bancada ambientalista preparam a ofensiva e garantem que ninguém mexe na atual legislação, considerada uma conquista ambiental e social do Brasil.

A intenção da bancada ruralista é reduzir a legislação atual, que engloba cerca de 16 mil itens entre leis, decretos e portarias, para uma lei federal mais ampla sobre meio ambiente (rural e urbano, incluindo florestas, rios, nascentes, solo e outros pontos essenciais à vida). As lacunas deixadas pelo novo código seriam preenchidas pelos estados, com leis específicas e dentro de suas características regionais, nos moldes do Código Ambiental de Santa Catarina, sancionado no último dia 13.

Hoje, a legislação ambiental (cuja bússola é a Constituição Federal de 1988) é considerada muito avançada pelos ambientalistas, mas tida como entrave pelo agronegócio. Das discussões sobre as mudanças propostas, o projeto de Lei 6.424/2005, de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA), tem pontos polêmicos que atingem a reserva legal, permitem o reflorestamento com espécies exóticas (eucalipto, dendê, pínus) de áreas devastadas da Amazônia e a soma das áreas de proteção permanente à cota estipulada para a chamada reserva legal.

Mudanças

O código ambiental da bancada ruralista pretende sepultar a reforma do Código Florestal, acabar com uma série de leis antigas e abrir espaço para uma lei geral nacional e leis estaduais. O plano tem a simpatia do ministro da Agricultura Reinhold Stephanes (leia entrevista na página ao lado). Segundo o deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), a bancada ruralista pretende revogar uma série de leis obsoletas. "O apoio técnico virá da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e das universidades. O objetivo é conciliar meio ambiente e produção", diz.

As mudanças também são defendidas pelo presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Lopes Kireeff. "É preciso modificar o aspecto generalista da legislação atual para contemplar as especificidades regionais", defende. O líder ruralista cita ainda o conceito de serviços ambientais remunerados, que na prática seria uma forma de premiar o produtor que preserva o meio ambiente. "O ICMS Ecológico distribui recursos para os municípios, mas não para os proprietários das áreas", lembrou.

A Embrapa Floresta, unidade Colombo (PR), garante ter soluções técnicas caso haja mudanças no Código Florestal. "Com ou sem alterações, estamos preparados para auxiliar na implantação da reserva legal, porque ela deve existir, assim como as áreas de proteção permanente, por serem essenciais para os dois maiores patrimônios da humanidade: a água e o solo", diz o chefe da unidade, Helton Damin da Silva. Para ele, o reflorestamento com espécies exóticas não representa ameaça à Floresta Amazônica. "O problema seria se ela tivesse multiplicação natural. Por isso, não seria conveniente usar a uva do Japão. O pínus não seria muito recomendável em regiões de áreas degradadas, mas o eucaliptos é perfeitamente utilizável."

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