O ator Vinícius Romão, 27, que ficou preso por 16 dias após uma identificação falsa, recebeu a imprensa em seu apartamento na tarde de ontem e contou como foi esse tempo na Casa de Detenção Patricia Acioli. "Há muitos Vinícius lá dentro, e me senti acolhido pelos detentos", afirmou.
Romão foi solto por volta das 13 horas e foi direto para o apartamento onde mora sozinho no Méier, zona norte do Rio, acompanhado pelo pai, Jair Romão, e pelo advogado Rubens Nogueira. No apartamento, foi recebido por cerca de 50 amigos, vizinhos e jornalistas.
Pálido e aparentemente mais magro, Romão disse que não guarda mágoas ou rancor da mulher que o acusou. "Ela foi vítima", resumiu. Já sobre a atuação da polícia, ele preferiu não comentar, designando ao advogado a informação. Sobre o período de detenção foi franco. "Há muitos Vinícius lá dentro, e me senti acolhido pelos detentos. Quando me mudaram de cela ontem [terça], não me avisaram que ia ser solto, mas falaram que a minha prisão estava repercutindo em todo país, e esta foi a informação que eu precisava para manter a calma e a única coisa que não poderia esquecer, a esperança."
Vinícius Romão relatou que na noite em que foi preso um policial o abordou no momento em que voltava a pé para casa. Ele estava de camisa preta, com celular preso ao braço ouvindo música e sem mochila ou bolsa no corpo, o que poderia sustentar a suspeita do roubo. "Eram dois caras e a mulher. Um deles pediu para eu virar e apontou uma arma para as minhas costas. Eu disse braço (gíria para designar alguém forte), não sou eu quem vocês estão procurando. Não entenderam", explicou Romão sobre o fato de a polícia ter dito que o acusado estaria escondendo a bolsa roubada ao braço.
Vinícius Romão negou ter sido vítima de racismo mas contou que não teve seus direitos preservados. "Muito tem que ser revisto. As condições de higiene são desumanas. Só pude ligar para o meu pai no dia seguinte."
Recém-formado em Psi-cologia, Romão disse que voltará para o trabalho de vendedor e vai investir na carreira de ator.
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