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Nem todas as delegacias da região metropolitana estão totalmente sem condições de trabalho, com falta de recursos humanos e com ares que espantam a população. A Delegacia Central de São José dos Pinhais tem dois delegados, 26 investigadores e 14 estagiários. Isso permite ter uma equipe de apoio para fazer investigações. A cidade tem outras três delegacias menores (Aeroporto, Borda do Campo e Planta São Marcos) para atender seus 263.622 habitantes.

Segundo o delegado Osmar Dechiche, titular de São José dos Pinhais, o segredo para ter uma equipe melhor é saber como percorrer os caminhos do poder. "Eu olho o que preciso e vou buscar com os superiores. Hoje ninguém pode reclamar de falta de viatura e combustível", diz.

Dechiche afirma que o sucesso nas investigações depende da qualidade e não de quantidade de policiais. "O inquérito precisa levar boas provas para a Justiça, senão a investigação não tem valor. Ninguém é condenado por indícios, nem por boatos." Após a visita da reportagem, um preso morreu e outro ficou ferido numa rebelião ocorrida em São José dos Pinhais.

Já os delegados de Colombo, Hamilton Cordeiro da Paz (delegacia do Centro) e Márcia Rejane Vieira Marcondes (delegacia do Alto Maracanã) falam com orgulho do número de homicídios esclarecidos nos últimos meses. "Estou com 80% dos casos (17 dos 22 homicídios de 2008) elucidados e os autores presos", conta o delegado Paz. No Alto Maracanã, a delegacia desvendou 68% dos assassinatos que investigou de setembro de 2007 a setembro de 2008.

No entanto, os problemas das delegacias não são discutidos abertamente pelos policiais que a reportagem entrevistou nas visitas feitas às delegacias. Eles só falam com a condição de não serem identificados. "As delegacias estão quase fechando porque há uma inversão na política de segurança pública. Eles estão investindo muito em inteligência, nos crimes do colarinho branco, e deixando o atendimento à população de lado", reclama um policial descontente.

"Há uma explosão no tráfico e no consumo de crack por falta de policiamento. Hoje é mais fácil comprar uma pedra de crack do que um comprimido para dor de cabeça. Por isso acontecem tantos homicídios. No entanto, quantas delegacias foram inauguradas nos últimos anos no estado? Curitiba não ganha um novo distrito há quanto tempo?", pergunta o policial.

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