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Marciane com Davi: crises diárias antes da operação | Marcos Borges/Gazeta do Povo
Marciane com Davi: crises diárias antes da operação| Foto: Marcos Borges/Gazeta do Povo

Um bebê de apenas 5 meses de idade se tornou o paciente mais jovem a ser submetido a uma cirurgia contra a epilepsia no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Desde os 15 dias de vida, Davi Marciano Rego Silva sofria de crises epiléticas diárias e precisou passar por um procedimento cirúrgico para a retirada de uma lesão no cérebro.

Davi, que completou 6 meses ontem, é natural de São Raimundo das Mangabeiras, no Maranhão. Ele foi encaminhado ao HC para a cirurgia já com uma paralisia parcial do lado direito do corpo. A operação foi realizada em 17 de outubro pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e levou cerca de 7 horas. Após o procedimento, o paciente de apenas 11 quilos apresentou melhora. "A recuperação do Davi está cada vez melhor", diz a mãe do garoto, Marciane Rego Silva. "Antes, ele tinha crises muito fortes, se movimentava muito e chegava a ficar com parte do rosto toda roxa." A família deve retornar ao Maranhão amanhã e só volta a Curitiba em fevereiro de 2013, quando o menino passará por avaliações.

O paciente foi operado no Centro de Cirurgia de Epilepsia do HC, que já realizou cerca de 300 procedimentos desde 1998. A neurologista Vera Cristina Terra, que integra o centro, explica que o bebê tem chance em torno de 80% de ficar curado da epilepsia. Ela lembra, no entanto, que o paciente tinha certa dificuldade de mexer o corpo e que esse déficit motor pode permanecer.

Vera já participou do processo cirúrgico de bebês de dois meses e orienta sobre a necessidade de o procedimento ser realizado o quanto antes. O médico José Augusto Burattini, coordenador do Serviço de Cirurgia de Epilepsia do Hospital de Transplantes, em São Paulo, lembra que no primeiro ano de vida o índice de mortalidade é de 20% a 30% entre os pacientes com quadro mais grave.

Nas crianças, a epilepsia está relacionada à má formação no desenvolvimento cerebral e a doença pode ser identificada por abalos musculares involuntários e incontroláveis por um curto tempo de duração, deixando-as em seguida em estado de sonolência.

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