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Brasília – Sem a mesma cautela de seus adversários na disputa presidencial, a candidata Heloísa Helena (PSol), resgatou em sua campanha propostas radicais antes defendidas pelo PT, como a auditoria nas dívida externa e interna e um plebiscito sobre a reestatização de empresas que foram controladas pelo governo. O programa de governo da candidata ainda não foi divulgado, mas o Manifesto da Frente de Esquerda preparado pelos líderes do PSol, PSTU e PCB, dá o tom das medidas. "A Frente de Esquerda quer libertar o país das garras do capital financeiro e do imperialismo", diz o documento, de 27 de julho de 2006.

Entre as medidas concretas apresentadas pelos aliados de Heloísa para promover a "libertação" do Brasil está a suspensão do pagamento da dívida externa, uma das principais bandeiras da esquerda na década de 80. Mas, como hoje a dívida externa já perdeu importância para a interna, o manifesto do PSol defende uma auditoria com a finalidade de identificar os especuladores e as grandes empresas que ganham com os títulos da dívida pública. Para eles, o manifesto prevê calote.

Ao tentar mensurar o que poderia fazer com a economia proveniente da suspensão do pagamento dos juros da dívida pública, o manifesto infla os números. "Com os R$ 520 bilhões das dívidas que Lula terá pago aos banqueiros em seu mandato, seria possível fazer um grande mutirão nacional para resolver problemas sociais gravíssimos."

Na prática, Lula não vai pagar R$ 520 bilhões de juros até o fim do mandato. A economia efetivamente realizada pelo governo para pagar juros nos últimos três anos e meio, o chamado superávit primário, soma R$ 188 bilhões.

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