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De nada adianta caprichar no colorido do prato, organizar as porções adequadas de consumo calórico à idade e ao peso e relaxar na hidratação. O idoso perde água muito facilmente e tem mais dificuldade para repor. Os líquidos facilitam o trânsito intestinal, evitam a prisão de ventre e ajudam na absorção de fibras. "Cereais integrais, por exemplo, precisam de mais água para cumprir a função no organismo", diz a nutricionista Danielle Real.

Em condições normais de saúde, o idoso já tem em média 10% menos líquido no organismo do que um jovem de 20 anos. Só isso é razão suficiente para os mais velhos não descuidarem do consumo de água, chás e sucos. Mas o envelhecimento também afeta a fisiologia – o mecanismo de sede, que é o alerta para a perda de hidratação, também fica alterado com o passar dos anos. "O idoso sente menos sede, não porque perde menos água do que o jovem. É a fisiologia dele que está alterada e ele demora mais para perceber a sensação de falta de água no organismo. Isso é um risco. Por isso existe a indicação de tomar água mesmo antes de a sede chegar", explica o clínico geral Car­los Augusto Sperandio, especialista em Geriatria, da Paraná Clínicas. A indicação é de 30 ml por quilo de peso ideal por dia. Uma pessoa de 70 quilos deve beber pouco mais de dois litros de água.

O médico observa que há alguns fatores que podem dificultar o consumo de água. Depressão e doenças debilitantes, que comprometem a autonomia e a independência do idoso, dificultam o acesso es­­pontâneo à hidratação. "Há também doenças, co­­mo a pressão alta e cardiopatias, em que o volume dos va­­sos sanguíneos precisa ser controlado", explica.

É justamente a viscosidade do sangue que o organismo procura preservar quando falta hidratação. Para repor o líquido, o corpo rouba água das fezes, por exemplo, e o resultado é a constipação intestinal. Outros sinais de que o indivíduo está sem água são boca seca, salivação mais espessa, pele flácida e urina concentrada, muito amarela. "Essas condições pioram muito por causa do calor. No verão, a tendência do organismo é equilibrar a temperatura do corpo, mantendo os 36ºC. Para isso, ele aumenta a quantidade de suor, o que piora a desidratação. Por isso os idosos são tão vulneráveis ao calor", cita Sperandio. Apesar do mecanismo de sede alterado, o idoso não tem sensação térmica diferente do jovem. Mais uma razão para evitar exposição ao sol e usar roupas adequadas à temperatura ambiente. "Neste caso, vale a mesma regra para bebês: manga curta quando está calor e agasalho no frio. É comum colocarem mantinhas sobre idosos e crianças sob um sol escaldante. Eles sentem as temperaturas normalmente", diz.

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