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Embora o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) tenha se tornado o grande vilão das salas de aula, existe uma série de outros problemas que são confundidos com o TDAH. "Muitas crianças são encaminhadas como se tivessem déficit de atenção ou fossem hiperativas e quando fazemos a avaliação descobrimos que a causa é outra", conta a psicopedagoga Laura Monte Serrat, da Síntese – Centro de Estudos, Aperfeiçoamento e Desenvolvimento da Aprendizagem.

O TDAH é um transtorno que atinge cerca de 5% da população em idade escolar. Ele se manifesta até os 7 anos de idade e, se não for tratado, pode persistir durante a vida adulta (cerca de 30% dos casos). Segundo a neuropediatra Ana Chrystina Cripa, dos Hospital de Clínicas da UFPR, crianças com TDAH geralmente não conseguem prestar atenção no que o professor fala, têm problemas de indisciplina, esquecem tarefas e em alguns casos têm dificuldade de relacionamento com os colegas.

Além disso, podem apresentar atraso no desenvolvimento da coordenação motora, linguagem, leitura, escrita e habilidades matemáticas.

Entretanto, de acordo a neuropediatra, a falta de motivação e de concentração em sala de aula pode ter outras causas, entre elas problemas psicológicos ou emocionais. "É preciso perceber se essa criança se mostra irritada, ansiosa, desmotivada tanto em classe como em casa", afirma. Tais comportamentos podem indicar transtornos como depressão e ansiedade. Além disso, a falta de concentração pode ser ainda decorrente de distúrbios do sono. Uma criança que não dorme bem, que tem o sono fragmentado, se sentirá cansada no dia seguinte e isso fatalmente afetará seu desempenho na escola.

Segundo Ana Chrystina, outra doença que pode comprometer o rendimento do aluno é a epilepsia. "Existe um tipo de epilepsia, geralmente diagnosticada por volta dos 7 anos, em que a criança apresenta movimentos involuntários na face e perde por alguns segundos a consciência. Por conta disso, pode ocorrer uma lacuna no raciocínio e ela acaba se perdendo na explicação do professor", explica. Estima-se que aproximadamente 6 a 8 crianças em cada grupo de 100 mil sofram desse tipo da doença.

A neurologista chama a atenção ainda para um problema mais freqüente, que são as dores de cabeça. Cerca de 10% das crianças com idades entre 5 e 15 anos sofrem de crises de enxaqueca. "Com dor a criança não consegue se concentrar", enfatiza. Segundo ela, as crises geralmente tem relação com a alimentação. Alimentos gordurosos como leite, queijo e chocolate costumam ser os principais vilões. (CV)

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