Vítima e acusado estavam internados no hospital de campanha em Natal| Foto: Prefeitura de Natal
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Um paciente com Covid-19, de 37 anos, teria estuprado um idoso, com 91 anos, que também estava internado com a doença, no Hospital Municipal de Campanha de Natal, no Rio Grande do Norte. A Polícia Militar foi chamada pela direção do hospital para atender a ocorrência na noite de quarta-feira (6). A Polícia Civil decretou a prisão em flagrante do homem na manhã desta quinta-feira (7) e ele foi encaminhado para a ala de presos com Covid-19 - em outra unidade hospitalar da cidade. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso (Depi).

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De acordo com o registro da Polícia Militar, o crime ocorreu por volta das 19h30 de quarta em uma das alas do hospital. A direção acionou os policiais depois de o abuso ser constatado por uma avaliação médica feita por profissionais da própria unidade. Os dois envolvidos foram conduzidos para a Central de Flagrantes da Polícia Civil do Rio Grande do Norte com apoio do Serviço Móvel de Urgência (Samu).

A Polícia Civil disse que o suspeito e a vítima estavam internados em leitos de enfermaria próximos. Questionada pela reportagem se estavam no mesmo quarto, a Secretaria Municipal de Saúde disse que "a família da vítima não autoriza o repasse das informações."

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Após o boletim de ocorrência ser registrado, o homem recebeu voz de prisão e foi encaminhado para a ala de presos com Covid-19 do Hospital Walfredo Gurgel, também em Natal. A vítima retornou ao hospital de campanha, mas seu estado de saúde não foi divulgado.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde lamentou o caso e disse que tomou as providências que cabiam ao serviço de saúde. "A Secretaria Municipal de Saúde de Natal lamenta profundamente o ocorrido, informa que tomou todas as medidas cabíveis, denunciando e colaborando com a polícia a quem cabe investigar e seguir com o processo", diz.

Nesta quinta-feira, o Conselho Municipal de Saúde de Natal questionou a segurança do local e a divisão dos quartos. Segundo a presidente do conselho, Dalva Horácio, os dois não poderiam estar no mesmo quarto porque a condição de vulnerabilidade do idoso é maior. "Se estavam no mesmo quarto, a secretaria precisa explicar por que um paciente estava junto de outro mais vulnerável. Se não estavam no mesmo quarto, precisa explicar como esse paciente circulou até o quarto do idoso", disse.

A reportagem questionou a secretaria sobre as condições de segurança no local, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria.