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Entre os nove policiais presos desde a noite de quinta-feira (22) na Corregedoria da Polícia Militar há oito soldados e um sargento. Todos estavam em trabalho na noite entre 9 e 10 de abril, quando um homem foi encontrado morto na Zona Norte de São Paulo poucas horas depois de ser abordado por policiais da 1ª Companhia do 9º Batalhão da PM. Um homem que pediu para não ser identificado procurou a reportagem para acusar os mesmos policiais de o terem agredido:

"Chegando no batalhão, eu algemado, já desci tomando soco, chute, tapa no rosto, me pisotearam, me arrastaram...Aí ele catou, me deu um chute na minha nuca aqui que eu bati na grade, que rasgou, cortou", afirmou.

Nesta sexta-feira, um dia após a instauração de inquérito para apurar a morte do homem em abril, parte dos presos acompanhou os policiais em diligências até o local onde o corpo foi encontrado. Uma tenente e um soldado que também estavam em serviço foram liberados porque não tiveram contato com a vítima.

O corpo da vítima foi encontrado por volta da 0h do dia 10 na esquina da Rua Voluntários da Pátria com a Avenida Brás Leme, na Zona Norte de São Paulo. Poucas horas antes, por volta das 20h50 do dia 9, a vítima estava entre quatro pessoas abordadas por PMs, chamada para apartar uma briga provocada por suposto roubo de bicicleta na esquina da Rua Maria Curupati com a Avenida Casa Verde, também na Zona Norte.

"A Polícia Militar foi informada desses fatos cerca de 14 horas atrás. Desde então, os policiais militares que estavam de serviços foram trazidos para cá – no total nós já temos nove policiais, dos 14 que estavam de serviço. As versões deles estão sendo confrontadas com outras provas, com registros do Copom e registros que eles elaboraram no dia para verificar a veracidade das versões", explicou o major Reinaldo Zychan, porta-voz da corregedoria.

"Estas pessoas teriam sido levadas até uma companhia da Polícia Militar. Foi feito um boletim de ocorrência da PM. Os fatos não foram apresentados no distrito policial e as pessoas foram liberadas em seguida", disse o porta-voz da corregedoria. "Ocorre que por volta da meia-noite, uma das pessoas envolvida na ocorrência foi localizada morta por outra guarnição [equipe] da PM da mesma companhia."

Segundo o major, diante da notícia de que os fatos teriam ocorrido de forma ilegal e que a atuação dos policiais teria se dado de forma criminosa, imediatamente a PM, por meio de seu comando, determinou uma série de medidas apuratórias. Foi instaurado inquérito policial militar e os policiais militares que estavam em serviço naquela noite estão sendo levados à corregedoria.

"A investigação continua, já que fizemos contato com uma das pessoas que foram detidas no dia, a ideia agora é fazer oitiva dos demais, reconhecimento e principalmente as demais provas que vamos obter com o confronto de dados do Copom, de monitoramento", explicou ele, que pede ajuda da população. "Clamamos para a população, se alguém tiver alguma informação que possa trazer para auxiliar na apuração, por favor, procure e a corregedoria, ou pode registrar o que tem a dizer no 181, o disque-denúncia."

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