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Santos – Daniel dos Santos, de 28 anos, o ex-presidiário linchado na tarde de terça-feira por um grupo de 20 pessoas no bairro do Paquetá, em Santos, Litoral Sul de São Paulo, não era o estuprador da menina Letícia Rodrigues da Silva de 10 anos, violentada e morta em sua casa no último dia 26 de abril. Policiais do 4.º Distrito Policial confirmaram ontem que o exame de DNA do sangue do rapaz executado comparado com o sêmen coletado no corpo da garota deu resultado negativo.

Segundo o delegado Flávio Máximo, titular do 4.º DP, antes mesmo do assassinato da menina o rapaz já havia sido jurado de morte pelos vizinhos, uma vez que praticava pequenos furtos e roubos na vizinhança para sustentar o vício do crack. "Já haviam tentado matar o Daniel antes da morte da menina, mas não foi registrado boletim de ocorrência", disse o delegado.

O ex-detento encontrava-se em liberdade havia cinco meses, depois de permanecer preso na Penitenciária de Lavínia, interior do Estado, sob acusação de roubo e tráfico. Após a morte da menina, estuprada e estrangulada com o fio de um carregador de celular na sua própria casa, espalharam o boato de que Daniel era o responsável, embora uma das testemunhas não tenha reconhecido o rapaz como autor do crime.

A informação de que o ex-presidiário poderia ter sido o responsável pelo brutal assassinato foi encaminhada no sábado ao 4.º DP pelo Disque-Denúncia da Polícia Civil. De imediato, os investigadores tentaram localizar o rapaz, que só foi encontrado na manhã de terça-feira, sendo levado a depor na delegacia, horas antes de ser linchado. Ele afirmou ao delegado que não foi ele quem matou e estuprou a menina, que morava com os pais, estudava pela manhã em uma escola pública e ficava em casa sozinha, cuidando de dois irmãos gêmeos, de 1 ano e 7 meses, enquanto a mãe e o padrasto trabalhavam.

Mediante o resultado negativo do DNA, policiais do 4.º DP continuam em busca do assassino da menina, já contando com três suspeitos. Até hoje foram tomados 15 depoimentos formais e outras 20 pessoas já haviam prestado declarações, embora em caráter extra-oficial. Paralelamente a Polícia busca localizar os responsáveis pelo linchamento de Daniel, morto a pauladas.

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