Reduzir os índices de crimes contra a vida no estado é o desafio para o poder público e a sociedade civil em 2010. Principal indicador da violência, os homicídios tiveram um pequeno aumento de 2008 para 2009. Nos dois primeiros trimestres de 2009, foram abertos 299 inquéritos por homicídio doloso em Curitiba, segundo estatísticas da própria Secretaria de Estado de Segurança Pública. No mesmo período de 2008, foram 291. Os números do segundo semestre ainda não foram divulgados oficialmente, mas não deve haver uma redução. Foi no segundo semestre que Curitiba viu a maior chacina da sua história, no bairro Uberaba, em que oito pessoas foram assassinadas. "O crime cometido contra a vida humana é, sem dúvida, o principal indicador de insegurança", diz o sociólogo e coordenador do Centro de Estudos sobre Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Bodê.
A Sesp afirma que as polícias do Paraná já trabalham "incansavelmente" para reduzir os índices de crimes contra a vida. "Porém, a redução desses crimes não depende exclusivamente do trabalho da polícia. Para que isso aconteça, precisamos também de melhorias nas estruturas sociais", diz a nota da assessoria.
Oportunidades
Para Bodê, existem, de fato, outras questões relacionadas à violência urbana. "É preciso oferecer oportunidades. É preciso que o Estado esteja presente nas comunidades mais esquecidas, que acabam sendo as mais violentas e presentes não apenas por meio da polícia", afirma Bodê. Para ele, no entanto, a própria atividade policial precisaria ser repensada. "Os policiais que investigam os crimes cuidam de vários casos ao mesmo tempo. Fica difícil conduzir uma investigação de qualidade desse jeito", analisa.
O presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol-PR), André Gutierrez, defende melhorias na remuneração da categoria, contratação de policiais e retirada dos presos das delegaciais. "Sem isso não tem como pensar em melhorar a segurança pública", diz.
Para 2010 está prevista a abertura de concurso para contratação de 1,1 mil policiais militares. Cerca de 300 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães, devem terminar o curso na Escola de Polícia no começo do ano, podendo, dessa forma, atuar nas delegacias.
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