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O Hospital São Vicente da Cidade Industrial de Curitiba, que atende exclusivamente pelo SUS, vai reabrir quarta-feira (3). A instituição havia fechado as portas na sexta-feira, mas reviu a decisão após uma reunião com a prefeitura ontem. Apesar de as partes terem chegado a um acordo, as explicações pelo ocorrido seguem desencontradas.

O hospital alega que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) se comprometeu a pagar repasses atrasados dos meses de julho, agosto, setembro e outubro. A SMS, porém, diz que não há repasses atrasados, e sim trâmites burocráticos pendentes. Uma auditoria para verificar se estava tudo certo é que teria sido concluída agora, possibilitando o pagamento de recursos de convênios ao São Vicente.

Divergências à parte, os pacientes que precisam do SUS em Curitiba vão voltar a contar com os 46 leitos da instituição, onde atualmente são realizados, em média, 200 internamentos ao mês de baixa e média complexidade.

Atraso

O São Vicente recebe dois tipos de repasses, conforme explica Marcial Ribeiro, diretor superintendente da fundação que administra o hospital: o repasse de produção – relativo ao reembolso de serviços prestados aos pacientes; e os de incentivo, que são convênios específicos feitos para custear determinados tipos de despesa, como se fossem projetos extras aprovados. O que está em atraso, segundo Ribeiro, é só esta segunda parte.

A unidade da CIC recebe, por mês, R$ 110 mil em repasses por produção. Já as verbas por incentivo somam R$ 211 mil. Com os atrasos, o valor devido chegaria a R$ 844 mil – motivo alegado pela instituição para fechar as portas.

"Não é um problema de Curitiba, é nacional. Para cada R$ 100 gastos com um paciente, não importa onde e nem o porquê, a devolução feita pelo SUS é de R$ 60. Há hospitais que vivem de doação. Não é o nosso caso. Não temos sistema de doação, temos sistema de trabalho, que é a produção", diz Ribeiro.

O superintendente de atenção à Saúde da SMS, Cesar Titon, confirmou que os quatro meses de repasses de incentivos serão pagos de uma única vez agora, em dezembro. Mas ele diz que não houve atraso por culpa da prefeitura no caso. Segundo ele, o dinheiro correspondente a incentivos não faz parte de uma verba única. Trata-se de um dinheiro dividido em diversos convênios e cada um deles tem um sistema diferente de prestação de contas. O que fez com que o dinheiro não fosse liberado antes.

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