Hospital São Vicente pode fechar o ano com 160 demissões

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Em crise financeira, as duas unidades do Hospital São Vicente, em Curitiba, podem fechar o ano com mais de 160 demitidos. Cem funcionários já foram mandados embora, nos meses de abril e maio, de diversos setores, segundo o diretor-superintendente do hospital, Marcial Carlos Ribeiro.

Somados o São Vicente Centro (com leitos do SUS e planos de saúde) e da Cidade Industrial de Curitiba (gerido pelo SUS), a dívida da instituição chega a R$ 7,4 milhões. O faturamento mensal não chega a R$ 6 milhões, somadas todas as fontes. Deste valor, entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,35 milhão são oriundos do sistema público (o montante varia mês a mês, conforme o número de transplantes realizados).

A instituição apresentou um conjunto de reivindicações na terça-feira (21), ao secretário de Saúde de Curitiba, Adriano Massuda. “Se ele não aceitar as condições, obrigatoriamente serão demitidos [outros 60 funcionários”, explica Ribeiro. A prefeitura confirma o recebimento da reivindicação e promete analisar a situação.

O primeiro item da pauta é o “pagamento em dia dos leitos”. A administração afirma estar sem receber incentivo desde janeiro, pelo fato de a gestão do São Vicente CIC ser feita via SUS.

Em nota, a prefeitura diz que o pagamento do hospital é feito normalmente, via Sistema de Informações Hospitalares (SIH), conforme produção de procedimentos. E pondera que, no SIH, é possível que os hospitais apresentem faturas de internamentos ocorridos em até quatro meses de sua realização.

A segunda reivindicação do hospital é relativa à abertura de 20 novos leitos na CIC, condição pela qual o hospital voltou a funcionar, após paralisação em novembro de 2014. Sobre isso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alega que enviou o pedido ao Ministério da Saúde em dezembro do ano passado, mas que “até o presente momento não ocorreu publicação de portaria federal a respeito”.

Como terceira e última medida, o São Vicente propõe a transferência dos 40 leitos da CIC para o Centro. Com isso, o convênio com a unidade da Cidade Industrial de Curitiba seria encerrado, e a administração desses leitos passaria a ser feita diretamente pela instituição.