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Londrina – A direção do Hospital Universitário (HU) de Londrina (Norte do estado) confirmou ontem que três dos sete bebês prematuros da UTI Neonatal foram contaminados pela bactéria Acinetobacter spp, o que provocou a interrupção da entrada de mais pacientes na unidade e também no setor de Cuidados Intermediários (UCI). Até que a bactéria seja eliminada, partos de alto risco e a internação de novos pacientes estão suspensos.

"É uma conduta de proteção e cautela", afirmou Francisco Eugênio, diretor-superintendente do HU, em coletiva no começo da tarde de ontem. De acordo com Eugênio, a bactéria não agravou ainda o estado de saúde dos bebês – um de Bandeirantes e dois de Londrina – todos com idade média de um mês e meio de vida. A bactéria, de acordo com o HU, é típica de ambientes hospitalares e tem relação direta com infecções.

A contaminação foi descoberta porque os pacientes do HU são monitorados por exames de secreções, como a saliva, que podem detectar bactérias e infecções. É a terceira vez que a infecção hospitalar fecha os setores de Neonatal do HU apenas este ano. Apesar da interdição atingir também a UCI, os 14 recém-nascidos ali internados não foram contaminados e estão fora de risco. Os três bebês da UTI estão isolados e foram transferidos para outra ala do HU. "Todos passam muito bem", assegurou Eugênio.

O diretor-superintendente responsabilizou a superlotação da UCI – com 14 bebês onde cabem dez –, a falta de espaço, a proximidade entre as incubadoras e a carga de trabalho dos médicos como fatores responsáveis pela contaminação. O hospital aguarda a liberação de R$ 1,7 milhão do Ministério da Saúde e a aplicação de outros R$ 200 mil de contrapartida para dobrar a capacidade das UTIs infantis.

Na sexta-feira as medidas preventivas anti-contaminação já haviam sido adotadas, mas o HU esperava os resultados de exames de mais uma criança para confirmar a infecção nos três recém-nascidos. De acordo com o médico-superintendente, a infecção hospitalar pode ter sido transmitida para os bebês pelo contato de familiares, servidores e doentes que circulam nas unidades neonatais. "As bactérias de infecção hospitalar são geralmente de pacientes já tratados e apresentam resistência a medicamentos anti-microbiantes", explicou o superintendente.

Agora, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) deve estabelecer quando o atendimento na unidade voltará ao normal. De janeiro a julho deste ano, o HU realizou 511 partos de risco – média de mais de 70 mensais. "O HU só faz o atendimento de casos de gravidez de risco, que devem ser dirigidos para outras unidades (como o Hospital Evangélico) até que tudo esteja liberado", afirma.

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