Londrina - O Hospital Universitário (HU) de Londrina começa hoje uma nova restrição de atendimento do seu Pronto-Socorro (PS). Atualmente a unidade recebe apenas pacientes encaminhados pelo Samu, Siate, unidades de saúde e central de leitos, mas agora também será necessário um contato prévio destes órgãos para saber se é possível o atendimento. O motivo, conforme alegou o superintendente do HU, Francisco Eugênio Souza, é a falta de recursos do hospital, que impossibilita a compra de determinados materiais e medicamentos.

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Assim, o hospital vai receber pes­­soas que precisam de atendimento cirúrgico, como um ferido por faca, mas não vai aceitar casos em que seja necessária a implantação de uma prótese ou a utilização de outros materiais, como o im­­plan­­te de um marcapasso. Esses ca­­sos, conforme o superintendente, precisarão ser encaminhados pa­­ra outros hospitais que atendem também pelo Sistema Único de Saú­­de (SUS).

Segundo o superintendente, o HU não possui atualmente alguns desses equipamentos e suas dívidas com determinados fornecedores inviabilizam novas compras. "Es­­tamos sem dinheiro para fazer es­­toque, para comprar material em ge­­ral e sem nenhum recurso para compra de próteses, órteses e ou­tros semelhantes", disse. A nova restrição foi decidida pelo Conse­­lho Diretor do HU e, de acordo com Souza, não tem data para ser revogada.

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A crise financeira enfrentada pelo HU é considerada grave e vem afetando diretamente os pacientes com a falta até de medicamentos de uso frequente, como soro fisiológico e seringas. O principal problema seria uma dívida de R$ 17 milhões que a prefeitura mantém com o hospital, referente a serviços prestados pelo SUS. Os valores dos procedimentos são liberados pelo governo federal ao município, que faz o repasse aos hospitais.

Apesar da falta de recursos, o reitor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Wilmar Marçal, que administra o hospital, acusa falhas na gestão e informou que o HU tem uma conta com R$ 4,47 milhões. Um valor próximo foi confirmado por Souza, que disse se tratar de uma conta usada para emergências. A reportagem tentou falar com o secretário municipal de Saú­­de, Agajan Bedrossian, mas ele não foi localizado.