Para o diretor da Fundação Nosso Lar, Valtenir Lazzarini, as mortes de crianças e jovens iguaçuenses refletem a força econômica do narcotráfico e do crime organizado, mas também evidenciam a falta de uma política pública para resguardar os menores desses riscos. "O jovem não tem alternativa de trabalho, não tem alternativa para praticar esporte e lazer", critica.
A pesquisa levanta ainda outro problema social: a estigmatização de jovens por serem de classes menos favorecidas e por terem se envolvido em situações ilegais. Porém, mesmo antes do lançamento oficial da pesquisa, Lazzarini afirma que surgiram discussões sobre programas que podem vir a reverter esse processo. Segundo ele, o Instituto de Ação Social do Paraná (Iasp), que administra o Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciaadi), hoje com cerca de 100 menores internados, já manifestou intenção de implantar na fronteira o Programa de Proteção dos Ameaçados de Morte para resguardar a vida de menores que se envolveram com o crime organizado ou outras circunstâncias de risco. "Também está começando a se discutir uma política de atendimento a menores egressos, visando acabar com a estigmatização e abrir oportunidades para que eles possibilitem a sua ressocialização", acrescenta. (MCP)
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