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Composição que descarrilou na ferrovia Curitiba-Paranaguá derramou farelo de soja, açúcar e milho | Lineu Filho
Composição que descarrilou na ferrovia Curitiba-Paranaguá derramou farelo de soja, açúcar e milho| Foto: Lineu Filho
  • Acidente no pátio da Votorantin matou um maquinista e danificou quatro locomotivas e 26 vagões

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a América Latina Logística (ALL) em R$ 280 mil por conta de um descarrilamento de vagões na Serra do Mar. O acidente aconteceu no dia 20 de setembro, quando 28 vagões carregados de milho e açúcar descarrilaram no km 70 da ferrovia, que liga Curitiba a Paranaguá. A empresa, que deve retirar toda a carga até sábado (2), tem 20 dias a partir do recebimento do Auto de Infração para apresentar a defesa.

O Ibama alega que a ALL demorou quatro dias para comunicar a ocorrência e não enviou os relatórios sobre as atividades que estão sendo feitas no local do acidente, área ambientalmente protegida, entre os Parques Estaduais do Marumbi e da Serra da Baitaca, dentro do bioma Mata Atlântica, o mais ameaçado do país. A não comunicação ao Ibama impediu que o instituto acompanhasse as ações desde o início, propondo medidas que reduzissem os problemas ambientais causados pelo sinistro.

Apesar da empresa alegar, por meio de nota oficial, que não houve dano ambiental, o Ibama diz que parte do milho atingiu o Rio Ipiranga, a poucos metros da ferrovia. O órgão afirma que a operação para que a linha fosse liberada agravou ainda mais o derramamento dos produtos. Segundo a chefe da Fiscalização do Ibama no Paraná, Maria Luiza Gonçalves, a empresa pode receber novas autuações pelas consequências ambientais que estão sendo mensuradas.

De acordo com a nota da ALL, a previsão da empresa, que mantém 60 homens trabalhando no local, é de retirada de todo o produto em até 20 dias. A ALL alega também que acionou o IAP imediatamente após o acidente, já que a área é uma unidade de Conservação Estadual, e tomou todos os cuidados para que tanto a carga quanto os vagões permanecessem dentro da plataforma ferroviária, sem atingir as áreas de conservação ao entorno.

A ALL vai abrir uma sindicância interna para apurar o caso.

Outro caso

O acidente na Serra do Mar foi o segundo registrado em sete dias pela ALL. Na madrugada da última segunda-feira (26), um maquinista de 34 anos morreu após uma colisão entre composições no pátio da empresa Votorantin, em Rio Branco do Sul. Uma composição de seis locomotivas, que estava parada no posto de descanso e passagem de serviço sem o maquinista, teria se movimentado por causa do declive do terreno.

De acordo com a ALL, o trem percorreu desgovernado cerca de um quilômetro até se chocar de frente com outra composição em manobra de carga, conduzida por João Gonçalves dos Santos, que morreu na hora. Segundo os bombeiros, a composição teria batido a uma velocidade de 35 quilômetros por hora. Quatro locomotivas e 26 vagões ficaram danificados. Algumas sofreram perda total. A empresa também vai abrir uma sindicância interna para apurar o caso.

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