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O ano de 2007 deverá marcar um início de recuperação para o setor agrícola, após as crises de 2004 e 2005 e as conseqüências sobre a economia no campo em 2006. A avaliação é do gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Neuton Alves Rocha. Nesta terça-feira, o instituto divulgou uma projeção de safra de 123,9 milhões de toneladas para este ano, 6,3% maior do que a safra colhida em 2006 (116,6 milhões de toneladas).

O levantamento sobre a safra brasileira de grãos – cereais, leguminosas e oleaginosas – também divulgado nesta terça-feira indica um crescimento de 3,6% em 2006 na comparação com o ano anterior, numa produção total de 116,6 milhões de toneladas. Em números absolutos, houve um ganho de 4 milhões de toneladas na safra do ano passado em relação à de 2005, quando foram colhidas 112,6 milhões de toneladas. A safra cresceu apesar da redução da área colhida, que alcançou 45,5 milhões de hectares em 2006, 4,4% inferior ao ano anterior – 47,6 milhões de hectares.

Recorde

Caso a previsão para a safra 2007 seja confirmada, representará um novo recorde no país, após a colheita de 123,6 milhões de toneladas em 2003. Segundo Rocha, com a recente recuperação dos preços das commodities agrícolas e o clima favorável, é possível que o prognóstico de safra deste ano, divulgado ontem e relativo a dezembro, seja revisado para cima nos próximos meses.

Segundo ele, os produtores começam a ver sinais mais promissores de preços e condições de financiamento à frente e, com isso, estão voltando a investir em tecnologia no campo. As compras de insumos agrícolas sofreram uma forte queda em 2006, arrastando junto muitos segmentos da indústria de fornecedores do setor, mas tendem a se recuperar neste ano.

Caso isso ocorra, 2007 mostrará uma realidade radicalmente diferente do ano passado, quando o primeiro prognóstico do IBGE apontava uma safra 2006 de 129,8 milhões de toneladas, mas o clima adverso e os baixos investimentos dos produtores descapitalizados levaram a sucessivas revisões para baixo da estimativa, até a definição final das 116,6 milhões de toneladas.

A soja, principal produto da agricultura brasileira e um dos principais itens na pauta de exportações do país, manterá a hegemonia na safra 2007, mas vai reduzir a participação em relação à safra 2006. Segundo o IBGE, a soja terá participação de 44,3% na safra deste ano, um pouco menor do que a fatia de 44,8% do produto no ano passado. O instituto projeta uma produção de 54,9 milhões de toneladas de soja em 2007, volume 5,1% maior do que o apresentado em 2006.

A participação do milho no total da safra ficará inalterada em 36,5%. Essa cultura, na primeira safra, deverá atingir 34,9 milhões de toneladas, com aumento de 11% ante a safra 2006. O arroz em casca, com queda prevista na produção de 4% neste ano ante 2006, deverá reduzir sua participação na safra total de 9,9% em 2006 para 8,9% na safra 2007.

Os ganhos de participação na safra, entre as principais culturas de 2006 para 2007, deverão ocorrer nas participações do trigo (2,0% para 2,8%); feijão (2,9% para 3,3%) e algodão (1,6% para 1 8%).

Produtos básicos no cardápio dos brasileiros, o arroz e o feijão deverão percorrer trajetórias opostas em 2007. Enquanto o arroz, com produção de 11 milhões de toneladas, deverá registrar uma queda na produção de 4%, o feijão, já na primeira safra, deverá apresentar uma colheita 33% maior do que na safra passada, com produção de 2,1 milhões de toneladas em 2007.

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