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Educação

O IDH é composto por três elementos: renda, saúde (expectativa de vida) e educação – parâmetro que é dividido entre os anos de estudo dos adultos e os anos de estudo esperados para as crianças. Dentre os Brics, os adultos brasileiros são mais estudados apenas que os indianos (7,2 anos em média contra 4,4 anos), ainda que a perspectiva para o futuro educacional no Brasil seja bem melhor: 14,2 anos na escola, perdendo apenas para a Rússia. Na América do Sul, o cenário é parecido. O Brasil tem a pior média de anos passados estudando, mas um dos melhores prognósticos.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil continuou a subir durante a primeira metade do governo Dilma Rousseff, mas em ritmo mais lento do que quase todos os países dos Brics e da América do Sul, segundo relatório divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com dados do ano passado.

O Brasil aparece no 85.º lugar num ranking de 187 países, dentro de um grupo considerado de "elevado índice de desenvolvimento humano". Seu índice é de 0,73 – sendo 1 o máximo possível. É um número parecido com o da Jamaica, Armênia, Omã e São Vicente e Granadinas. O IDH é um dos índices mais aceitos para se medir o grau socioeconômico de um país.

O levantamento divulgado ontem representa um crescimento de aproximadamente 0,5% em relação ao IDH brasileiro desde 2010, último ano do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (0,726).

No entanto, no mesmo período, China (1,4%), Índia (1,2%), Rússia (0,7%) e África do Sul (1,2%), países que compõem os Brics, evoluíram de maneira mais rápida. Essa melhora mais acelerada, no entanto, não impediu que apenas a Rússia tenha hoje um IDH maior do que o brasileiro – está na 55.ª posição.

Quando comparada com a evolução do índice de países da América do Sul e com o México nesses dois anos, o crescimento do IDH brasileiro só ganha de dois países: Venezuela e Paraguai.

Evolução

Por outro lado, quando observado o cenário a longo prazo, o Brasil é um dos países cujo IDH mais cresce no mundo. Entre 1990 e 2012, esse crescimento chegou a 23,7%, o melhor desempenho entre os grandes países da América do Sul. Dentre os Brics, no entanto, é bem inferior à evolução de China (41,2%) e Índia (35,1%) – diferença explicada em grande medida pelos baixos patamares dos quais esses outros países saíram.

O relatório do Pnud traz também um longo texto analítico com diversos elogios ao desenvolvimento do Brasil e de outros países em desenvolvimento. O estudo diz que "em 2020, o resultado econômico dos três principais países em desenvolvimento – Brasil, China e Índia – irão ultrapassar a produção agregada de Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e EUA".

Ministros dizem que "avaliação é injusta''

O governo federal questionou os dados utilizados pelas Nações Unidas para o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro e afirmou que o resultado é "injusto" diante dos avanços ocorridos no país nos últimos anos. "A questão é: os dados brasileiros estão incorretos. A avaliação é injusta com o Brasil", afirmou, em coletiva de imprensa, a ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social.

A principal reclamação refere-se ao fato de o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) ter desconsiderado 4,8 milhões de crianças, entre 5 e 6 anos, que já iniciaram sua atividade escolar, e que teriam ficado de fora do relatório por uma falha técnica – as Nações Unidas não consideraram a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos. Com isso, o indicador dos anos de escolaridade esperados (o tempo que uma pessoa permanece na escola no Brasil) permaneceu igual entre 2000 e 2010, sendo de 14,2 anos.

Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mer­­ca­­dante, se esse indicador fosse atualizado, o Brasil subiria 20 posições no ranking.

O Pnud assume que parte dos dados é antiga (de 2010 e 2005), mas que os usa por isonomia com outros países, única forma de poder comparar o Brasil com o resto do mundo.

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