Maringá Considerada a mulher mais velha do Brasil, Maria Olívia da Silva, de 127 anos, já presenciou muita coisa em sua vida. Mas o que ela não imaginava é que, a essa altura da vida, a única verba de que dispõe para sustentar a ela e ao filho adotivo, de 61 anos, fosse suspensa pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Maria vive em Içara, distrito de Astorga (a aproximadamente 45 quilômetros de Maringá), na Região Noroeste, e recebe R$ 350 mensais de aposentadoria. Como sempre faz no início de cada mês, o filho Aparecido Silva foi até a agência bancária na semana passada e ficou surpreso ao ver que a conta da mãe estava zerada. "Se não sair esse dinheiro, a coisa vai apertar para nós", lamentou o filho, que também depende do benefício social da mãe.
Ele revela que o dinheiro da aposentadoria não é suficiente para o pagamento de todas as despesas e que, por isso, eles foram obrigados a parar de comprar parte dos medicamentos que Maria precisa tomar regularmente. Ela tem problemas cardíacos, no rim e no pulmão e todos os medicamentos custam por mês R$ 400. Porém, há seis meses ela tem tomado mais o remédio para o coração. A situação piora somando as despesas com água, energia elétrica e alimentação que chegam a R$ 450 mensais.
Maria é registrada no RankBrasil, o livro dos recordes brasileiros, como a "Mulher Mais Velha do Brasil". Ela teria nascido em 1880 e desembarcado no Brasil com 3 anos, vinda da Polônia. Porém, a Carteira de Identidade aponta a data de nascimento como sendo 28 de fevereiro de 1880 em Itapetininga (SP). Maria teve dez filhos e adotou outros quatro.
Censo
A chefe do Serviço de Benefício do INSS em Londrina, Marilena de Almeida Marques, informou que o benefício da mulher mais idosa do Brasil não foi cancelado e sim faz parte do processo do Censo Previdenciário, iniciado em 2005 e que encerra neste ano. A medida serve para atualizar os dados de quem recebe um benefício e evitar fraudes.
Marilena comentou que a aposentadoria da idosa está vinculada ao distrito de Prado Ferreira, na região de Rolândia, e que é gerenciada pela agência de Londrina. O que pode ter acontecido é que a família não atualizou o endereço após a mudança de cidade. Como os agentes do INSS foram até o endereço que consta no cadastro e não encontraram a mulher, o benefício foi suspenso já que ela não foi mais localizada.
Marques garantiu que a atualização é simples e pode levar, em média, dez dias. A titular ou um procurador deve ir até a agência do INSS mais próxima, com todos os documentos para a atualização e voltar a receber o pagamento.
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