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A Polícia Civil abriu inquérito para investigar de onde partiram os disparos que atingiram dois moradores do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, durante um patrulhamento da Força de Pacificação por volta das 22 horas de segunda-feira. Terezinha Justina da Silva, de 73 anos, foi atingida no peito e no abdome e morreu após dar entrada no hospital. Francisco Oliveira Lemos, 47 anos, foi baleado na perna. Ele foi medicado e passa bem.

Lemos já foi interrogado pela Divisão de Homicídios. A polícia também vai ouvir os depoimentos de outras testemunhas do episódio e dos PMs que estavam na viatura atacada. O local do crime foi periciado. O caso ocorreu na Vila das Pinheiros, uma das 15 favelas da Maré que foram ocupadas em 30 de março pela Polícia Militar. Em 5 de abril, o patrulhamento na região passou para o Exército e a Marinha, com apoio da PM. A Vila dos Pinheiros é área de atuação de traficantes ligados ao Terceiro Comando Puro, cujo chefe, Marcelo Santos das Dores, o Menor P, foi preso há duas semanas.

De acordo com a Força de Pacificação, uma patrulha motorizada da PM, integrante da força, se deslocava pela Rua C4, na Vila dos Pinheiros, "quando começou a ser alvejada por diversos disparos de fuzil". A nota diz ainda que "diante da ameaça, a viatura se evadiu do local, buscando preservar a vida dos militares", que não teriam revidado. A Força ainda está apurando se as duas vítimas foram baleadas durante o ataque à viatura.

Após ter sido baleada, Terezinha foi levada por moradores à Unidade de Pronto Atendimento da Maré. Em seguida, foi transferida para o Hospital Federal de Bonsucesso, onde deu entrada às 22h07. Ela faleceu às 22h40. A idosa deixa marido, cinco filhos, seis netos e um bisneto. Nascida no Acre, vivia há mais de 40 anos no Complexo da Maré, no Rio. "É claro que a gente espera que com a pacificação acabem esses tiroteios. Mas quem mora em comunidade vive com medo. Essa é a verdade", disse Antônio Barbosa, filho de Terezinha.

Segunda vítima

Terezinha Justina da Silva é a segunda pessoa morta a tiros no Complexo da Maré desde que as Forças Armadas passaram a atuar no conjunto de favelas. "Só a balística vai dizer de onde partiu o tiro. Só quero justiça", desabafou o auxiliar gráfico Antônio Carlos da Silva Barbosa, de 43 anos, filho caçula de Terezinha.

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