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DENUNCIE

Suspeitas de maus-tratos, negligência e/ou abandono de pessoas idosas podem ser denunciadas ao serviço Disque 100 (gratuito, anônimo e 24 horas, todos os dias); ao Disque Idoso Paraná 0800 410001 (que funciona em dias úteis das 8h30 às 12 h e das 13h30 às 17h30); e pela Promotoria dos Direitos do Idoso do MP-PR, no telefone (41) 3219-5252, Av. Marechal Floriano Peixoto, 1.251, Curitiba.

Queixas

Abandono e negligência também são frequentes

No âmbito da estrutura municipal são os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) que recebem as denúncias de violência contra a terceira idade e fazem os encaminhamentos necessários. Segundo a assistente social em Ponta Grossa Marli Gonçalves Domingues, além dos diferentes tipos de violência, os idosos sofrem abandono ou negligência por parte dos responsáveis.

Os Creas de Curitiba, por exemplo, registraram de janeiro a abril deste ano 290 casos de negligência ou abandono de idosos, ante 142 casos de violência no âmbito familiar, sendo que em algumas situações o idoso é vítima dos dois tipos de violação. O perfil das vítimas é formado por mulheres: 75% das violências e 58% dos atos de negligência envolvem idosas.

Segundo Terezinha Tortelli, da Pastoral da Pessoa Idosa, as políticas públicas avançaram no atendimento aos idosos com a criação dos Creas, mas ainda é preciso caminhar mais. "O envelhecimento ainda é um tema recente no Brasil, enquanto que os direitos da infância já estão consolidados", compara. A coordenadora defende a criação de "centros-dia", onde os idosos ficam enquanto seus responsáveis trabalham, e as residências temporárias, onde podem se hospedar na impossibilidade de ficarem em suas próprias casas sob os cuidados da família.

Seis em cada dez ligações feitas ao Disque 100, serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, relatando casos de maus-tratos contra pessoas com mais de 60 anos de idade, são para denunciar situações de violência contra mulheres idosas. Elas são mais vulneráveis que os homens e as violações ocorrem, principalmente, no âmbito familiar. Serviços de referência dão acolhimento às vítimas, mas a rede de atendimento ainda não está consolidada.

INFOGRÁFICO: Veja os casos de violência contra idosos em Curitiba

Os números são preocupantes. Ao menos 28,3 mil idosas sofreram algum tipo de violência em 2013 no país, sendo 1,2 mil no Paraná. Em 53% das denúncias, os suspeitos são os próprios filhos das vítimas, e em 74% das denúncias as agressões ocorrem nas casas das próprias idosas. "Em primeiro lugar, existem mais mulheres que homens na terceira idade; em segundo, elas sofrem mais violência porque estão numa condição mais frágil; e, por fim, as idosas têm mais iniciativa que os homens em denunciar", enumera a coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, Terezinha Tortelli.

Vínculo

O vínculo familiar acaba penalizando as idosas. Em Cornélio Procópio, no Norte, onde funciona o Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa, 56% dos atendimentos são a mulheres, e 61% dos agressores são os próprios filhos. "A proporcionalidade nos atendimentos parte da questão do vínculo de afeto com o agressor ser mais forte, sendo, na maioria dos casos, os filhos os principais agressores, bem como a respectiva longevidade da mulher ser maior que a do homem", analisa o consultor jurídico do Centro, Diones Monteiro.

Atender não só a idosa, mas também a família é essencial. Segundo Monteiro, o Centro busca a mediação de conflitos, trabalhando na promoção, prevenção e proteção da idosa, com olhos "no fortalecimento dos vínculos e eliminando a violência de forma gradativa, proporcionando assim um menor desgaste da relação com a pessoa idosa", conforme explica o consultor.

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