Idosos não querem que bosque do centro vire floresta

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Cerca de 100 idosos prometem reagir à tentativa da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) de Londrina, no Norte do Paraná, de retirar 14 mesas do bosque Marechal Cândido Rondon, no centro, onde há 30 anos jogam cartas.

São 20 mil metros quadrados que abrigam espécies remanescentes de Mata Atlântica. Foi doado à cidade pela Companhia de Terras do Norte do Paraná no começo de Londrina. Hoje, está abandonado, depredado e sem manutenção. De acordo com a Sema, a mata será cercada e terá acesso restrito a pesquisadores e escolas por trilhas monitoradas. A intenção é tirar o piso para aumentar a permeabilidade onde ficam as mesas - isolando as árvores nativas. Playground e quadra também seriam revitalizados.

O aposentado Ricardo Lima, 75, promete se amarrar às mesas caso o projeto seja levado à frente. "Derrubaram o banheiro e não fazem a manutenção. Chegaram aqui e disseram que iam derrubar tudo. E nós, vamos ficar onde?". Lima repele a idéia de transferir o jogo para as mesas em frente à Biblioteca: "Ali é do xadrez, não há espaço para nós".

Já o secretário Gerson da Silva insinuou que os idosos não são maioria e que o local é usado para o jogo ilegal com dinheiro. "Quem joga lá não tem nada de idoso. Jogo por dinheiro pode ir para outro lugar. Vamos fazer uma preservação para a cidade e ver o que a maioria quer. Hoje por lá só transitam drogados. Virou ponto de prostituição, inclusive homossexual. O espaço tem que ser repensado".