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O Conselho Federal de Me­­dicina (CFM) voltou a criticar a decisão do governo brasileiro de autorizar a entrada de médicos formados em faculdades de Cuba, sem revalidação do diploma estrangeiro. "É temerário e traz grandes riscos à população", avaliou o presidente em exercício, Carlos Vital. Para ele, esses profissionais são formados "em escala industrial e sem qualidade".

O governo brasileiro anunciou na segunda-feira que se prepara para trazer 6 mil médicos cubanos para trabalhar no interior do Brasil e, ontem, afirmou que pretende atrair também profissionais de Portugal e Espanha para trabalhar nas regiões mais carentes e no interior do país.

"Como ministro da Saúde, não vou ficar vendo a situação de Espanha e Portugal – que têm médicos de muita qualidade, que falam português e que vivem uma situação de 30% de desemprego – sem pensar em alternativas de intercâmbio para trazer esses profissionais", justificou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

No ano passado, 182 profissionais que estudaram em faculdades cubanas se inscreveram para revalidar seus diplomas no Brasil, e apenas 20 foram aprovados -- algo em torno de 11%. Em 2011, dos 140 inscritos, apenas 15 passaram. O total de médicos com diplomas estrangeiros inscritos para a revalidação em 2012 foi de 884, dos quais 77 foram autorizados a atuar no país.

O CFM alega que mesmo os profissionais estrangeiros não têm se fixado no interior. Segundo ele, dos quase 7 mil médicos de outros paí­ses que revalidaram diplomas no Brasil nos últimos dez anos, 42% estão no estado de São Paulo.

Sobre as críticas do CFM à decisão, o ministro da Saúde disse que concorda que "a contratação tem que considerar a qualidade e a responsabilidade desses profissionais."

Desproporção

Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil existe 1,8 médico para cada mil habitantes. Na vizinha Argentina, a proporção é quase o dobro, de 3,2 para cada mil. Em países como Espanha e Portugal, na Europa, essa relação é de 4 médicos.

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