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Prevenção - Diagnóstico precoce precisa melhorar

Além de creditar o aumento dos casos de câncer ao envelhecimento populacional, o Inca destaca a necessidade de melhorar o diagnóstico precoce da doença. Como exemplo, o instituto cita o caso da região Norte, a única onde o câncer de colo do útero apareceu, entre as mulheres, como o mais comum entre todos os tipos, com exceção do câncer de pele.

"O câncer de colo de útero é plenamente evitável e curável, mas geralmente as mulheres chegam em estágio muito avançado ao sistema de saúde. A população precisa vencer o tabu do medo e buscar os exames de detecção precoce", disse o coordenador de prevenção e vigilância, Cláudio Noronha.

Outra área em que é necessário melhorar a qualidade do diagnóstico é a de câncer de mama. Pesquisa divulgada no ano passado pelo Inca, feita entre as pacientes do próprio instituto, mostrou que, de 1999 a 2003, em apenas 3% dos casos a doença foi diagnosticada em seu estágio inicial, quando a probabilidade de cura é muito maior.

Rio – O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que haverá quase 1 milhão de novos casos de câncer em 2008 e 2009 – 466 mil a cada ano. A expectativa é a de que haja um aumento na incidência de todos os tipos de tumores, com exceção dos localizados no estômago e no colo do útero. O problema é que, enquanto nos países desenvolvidos a incidência aumenta e a mortalidade diminui, no Brasil a ocorrência e a letalidade estão aumentando. No ano passado, 130 mil pacientes morreram por causa da doença.

São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina serão os estados com o maior número absoluto de casos de câncer previstos para 2008. O estado de São Paulo e a capital liderarão as estimativas para todos os tipos de câncer. Entretanto, em termos de risco estimado, percebe-se que os estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Paraná apresentarão as maiores taxas para homens, enquanto que as mulheres com maior risco estarão nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Próstata

As maiores taxas de incidência de câncer de próstata serão observadas nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná. O câncer de mama terá sua maior taxa no Rio de Janeiro, seguido pelos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo. O câncer de pulmão em homens apresentará maior risco de incidência nos estados do Rio Gran-de do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Nas mulheres a distribuição é semelhante: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná.

"A palavra-chave é acesso. A população tem que ter acesso ao sistema de saúde, às políticas de prevenção e ao diagnóstico precoce. Alguns medicamentos e tratamentos que prometem ser revolucionários ainda não são fornecidos no sistema público porque estão em fase de estudo", disse o diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini, que apresentou ontem a Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil 2008, durante o Congresso Internacional de Controle de Câncer.

Os gastos do governo federal na assistência oncológica de alta complexidade dobraram em cinco anos. Segundo o Inca, entre 2000 e 2005 os gastos com o tratamento contra o câncer subiram 103%, atingindo R$ 1,2 bilhão por ano.

Custos

"O Inca gasta 14% do seu orçamento com um único medicamento, que é fundamental no tratamento de um pequeno grupo de pacientes", revelou Santini. Um estudo de um plano de saúde privado, a Unimed de Belo Horizonte, que também será apresentado durante o congresso, afirma que os custos do paciente com câncer em estágio avançado é oito vezes maior do que o diagnosticado na fase inicial.

"O câncer é uma doença multifatorial, mas o envelhecimento da população e a maior exposição a fatores de risco aumentam a incidência", explicou Santini. Segundo ele, os tumores malignos já são a segunda maior causa de morte dos brasileiros – a primeira são as doenças cardiovasculares. A tendência é a de que, com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, seja a principal causa, como já ocorre em alguns países europeus, afirmou.

O mapa regional de incidência de tumores mostra bem as diferenças regionais. Os estados do Norte e Nordeste têm as menores incidências. "O câncer aumenta à medida em que as doenças infecciosas diminuem", analisa o coordenador de Prevenção e Vigilância do Inca, Cláudio Noronha.

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