Um novo indicador criado pelo Banco Mundial aponta que o Brasil está atrás de países como Argentina, Chile, Jamaica e México no que diz respeito à igualdade de oportunidades oferecidas às crianças. Ainda assim, está dois pontos acima da média latino-americana.
O Índice de Oportunidade Humana (IOH), divulgado nesta quinta-feira (2) pela instituição, mede as oportunidades necessárias para assegurar o acesso universal de crianças e jovens a serviços básicos essenciais para uma vida produtiva. O índice vai de 0 a 100 e aumenta à medida que há mais oportunidades. Outro fator levado em consideração é se essas chances são distribuídas de forma eqüitativa. A insituição defende que esse nivelamento de chances para as crianças é a chave do desenvolvimento na região. A nota do Brasil é 72 e a da América Latina, 70. O país com melhor resultado é o Chile, com IOH de 91. Na outra ponta, a Nicarágua ficou com 46.
Em função das desigualdades entre a população dos países latino-americanos, a região foi escolhida pelo Banco Mundial para aplicação do IOH pela primeira vez. Foram avaliados 19 países. O índice é calculado com base na distribuição das oportunidades educacionais e habitacionais oferecidas nos países. Os cinco indicadores considerados foram acesso à saneamento, água potável, eletricidade, freqüência escolar na faixa etária de 10 a 14 anos e conclusão da 6ª série do ensino fundamental na idade correta.
Segundo o banco, "entre 25% e 50% da desigualdade permanente de renda observada entre os adultos da América Latina e do Caribe deve-se a circunstâncias que essas pessoas enfrentaram ainda na infância e sobre as quais não tinham controle nem responsabilidade".
Entre os 19 países da América Latina e Caribe, Argentina, Chile, Costa Rica, Uruguai e Venezuela foram considerados os mais próximos da universalidade nos serviços básicos. Já Guatemala, Honduras e Nicarágua são os mais distantes da meta.
O estudo analisa ainda de que forma fatores como cor de pele, local de nascimento e condições de renda da família influem no acesso aos serviços básicos em cada país. De acordo com o relatório, o nível educacional da mãe e a renda salarial do pai estão entre os fatores de maior peso para explicar desigualdades na distribuição de oportunidades entre as crianças da região.
Os pesquisadores analisam ainda os avanços dos países na última década, considerando indicadores sociais de 1995 a 2005. Nesse recorte, o Brasil aparece como destaque, já que o índice subiu de 59 para 72 no período, com uma taxa de crescimento anual de 1,3%.
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