Uma assembléia de líderes indígenas da região sul de Mato Grosso do Sul vai discutir os protestos realizados por um grupo de indígenas contra a atual chefe do escritório regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Dourados (MS), Margarida Nicoletti.

CARREGANDO :)

O chamado aty guasu (grande reunião, em língua guarani) deve reunir nos próximos dias 26, 27 e 28, em Amambai (MS), lideranças indígenas de 45 comunidades da região, além de representantes da própria Funai.

O anúncio da assembléia foi feito em comunicado do Comitê Indigenista Missionário (Cimi). Em texto enviado à imprensa, o Cimi afirma que, além de administração de Nicoletti, o trabalho de outros representantes da Funai no sul de Mato Grosso do Sul será avaliado pelos índios.

Publicidade

De acordo com Getúlio Juca de Oliveira, cacique da aldeia Jaguapiru, em Dourados, o encontro deve definir uma posição única das comunidades indígenas sobre a permanência de Nicoletti. "Todos os líderes vão poder falar e a gente vai ver o melhor para as aldeias", disse.

Oliveira, que representa cerca de 13 mil índios de Dourados, disse que é favorável à permanência de Nicoletti na chefia da Funai em Dourados. Porém, afirmou que está disposto discutir a situação.

Dirce Veron, uma das índias que protestam pela saída de Nicoletti, afirmou que irá ao aty guasu caso seja convidada. Ela e mais cerca de 40 índios acampam há 24 dias em frente ao escritório regional da Funai, afirmou que pretende convencer outras lideranças de que a exoneração de Nicoletti vai melhorar o atendimento dado aos índios do sul de Mato Grosso do Sul.

"Queremos que a cesta básica melhore, que a Funai resolva nossos problemas de documentação e incentive a nossa produção [e] a Margarida [Nicoletti] não quer isso", afirmou.