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Os índios guaranis brasileiros denunciaram nesta sexta-feira (09) que um grupo de bandidos supostamente às ordens de fazendeiros perpetraram um ataque com "extrema violência" contra eles e destruíram uma de suas aldeias no sudoeste do país.

O ataque ocorreu na madrugada da segunda-feira passada, na localidade de Iguatemi (Mato Grosso do Sul), a cerca de 20 quilômetros da fronteira com o Paraguai, segundo o relato dos guaranis.

Os pistoleiros chegaram de improviso em dois caminhões, espantaram os índios a tiros e atearam fogo às ocas da aldeia Pyelito Kue, segundo o relato de um dos guaranis, citado em comunicado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organização ligada à Igreja Católica.

Ninguém morreu no ataque mas, segundo o Cimi, vários índios foram agredidos pelos pistoleiros que estavam "fortemente armados".

Desde segunda-feira os índios permanecem acampados na região, na margem oposta de um rio que tiveram que atravessar em sua fuga, sem roupas, cobertores ou alimentos, segundo o comunicado.

Os guaranis estão "isolados e cercados" pelos supostos sicários, que os ameaçam com disparos ao ar "o tempo todo", segundo o Cimi.

Este é o segundo ataque sofrido pela aldeia Pyelito Kue em um lapso de duas semanas, depois que no dia 23 de agosto, um grupo de agressores incendiou um acampamento às margens de uma estrada, também nesta mesma região, segundo confirmaram as autoridades.

Vários índios, entre eles crianças e idosos, ficaram feridos, segundo informou o Ministério Público Federal.

Após este primeiro ataque, foram encontradas balas de borracha no local, o que constitui um indício da existência de uma milícia armada, segundo o órgão.

O Ministério Público afirmou que vai tratar a agressão como "genocídio", já que os atos de violência foram motivados por questões raciais, contra toda a coletividade indígena, segundo um comunicado.

Segundo os cálculos do Cimi, nos últimos oito anos foram assassinados cerca de 250 indígenas no estado do Mato Grosso do Sul, a região onde são mais frequentes os conflitos entre fazendeiros e eles.

Neste estado vivem cerca de 70 mil guaranis, que é a comunidade indígena mais numerosa do Brasil.

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